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Técnico só tem vitórias no Brasil
da Reportagem Local
O técnico Wanderley Luxemburgo tem um desafio pessoal a vencer
nesta Copa América: acabar com o
tabu de jamais ter vencido uma
equipe estrangeira num jogo oficial no exterior.
Dentro do Brasil, ele se tornou
um do técnicos mais vitoriosos das
últimas décadas, com quatro títulos brasileiros -três na Série A e
um na Série B, quatro paulistas
-em 1991, 93, 94 e 96- e dois do
Rio-São Paulo, em 1993 e 97.
Dois títulos da Série A do Brasileiro (93, 94), três do Paulista (93,
94 e 96) e um do Rio-São Paulo
(93) foram com o Palmeiras. Venceu também o Paulista-90 e o Brasileiro da Série B do mesmo ano
com o Bragantino, o Rio-São Paulo-97 com o Santos e o Brasileiro-98 com o Corinthians.
Foi esse sucesso que o empurrou
para ser o técnico de seleção após a
Copa-98, cargo que ele almejava
pelo menos desde 1990. Mas Luxemburgo chegou à seleção com
um ponto fraco: seus equipes quase sempre tropeçaram no exterior.
Em 1994, dirigindo o Palmeiras
na Taça Libertadores da América,
goleou o Boca Juniors no Brasil,
mas na Argentina perdeu para o
Boca e para o Vélez Sarsfield.
Em 1997, ele dirigiu o Santos na
Supercopa dos Campeões da Libertadores e perdeu, na Argentina,
para o River Plate e empatou com o
Racing, que já estava mergulhado
numa situação de crise financeira e
administrativa.
No ano passado, a estatística foi
ainda mais cruel. O Corinthians foi
eliminado da Copa Mercosul. Na
única partida que conseguiu vencer no exterior (2 a 0 sobre o Peñarol, no Uruguai, quando o time já
estava eliminado), quem dirigiu a
equipe foi seu então auxiliar Oswaldo de Oliveira.
No jogo que Luxemburgo dirigiu, os corintianos apenas empataram com o Olímpia em Assunção
(alguns meses depois, os dois times voltaram a se enfrentar pela
Libertadores, e, sem Luxemburgo,
o Corinthians venceu).
Até mesmo em torneios de pré-temporada e amistosos, o retrospecto do técnico da seleção é ruim.
Em 1993, depois de quebrar o tabu palmeirense de 16 anos sem títulos do Paulista, comandou o time numa excursão à Espanha e foi
derrotado pelo Cádiz, no Ramon
de Carranza, e pelo Real Madrid e
Valladolid, no Teresa Herrera.
Numa excursão ao Japão e à China, conseguiu vitórias, mas sobre
equipes sem expressão como
Quanxing e Taishan, da China, e os
times ingleses do Wolverhampton
e do Bradford.
Na seleção, a campanha de Luxemburgo é irregular. Venceu dois
jogos, empatou um e perdeu um.
Mas a derrota (para a Coréia do
Sul, a primeira da seleção brasileira principal para uma equipe asiática em todos os tempo) é o resultado mais expressivo, especialmente por que das duas vitórias,
uma foi contra o Equador em campo neutro e a outra sobre o Japão.
Na competição que começa amanhã, Luxemburgo tem uma chance
de acabar com esse fantasma.
Se Luxemburgo conseguir levar à
seleção à conquista da Copa América, todo esse retrospecto será
apenas parte do passado.
Mas, se perder, certamente começará a ficar mais forte o palpite
de Luxemburgo é uma espécie de
oposto de Mario Zagallo, que tem
quatro títulos mundiais e quase
nada no Brasil.
(MARCELO DAMATO e RODRIGO BUENO)
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