|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Uma hipersuperultra-seleção
JOSÉ ROBERTO TORERO
COLUNISTA DA FOLHA
Às vezes informações que
parecem não ter nada a ver
uma com as outras juntam-se e
formam uma nova idéia. Fusões
desse tipo podem resultar em algo
importante, como a teoria da relatividade, ou em teses esdrúxulas, como a que o leitor lerá abaixo, fruto da estréia do filme dos
X-Men com o jogo do Brasil.
Juntando falta do que fazer, vagas lembranças dos heróis das
histórias em quadrinhos e a preguiça de falar sobre a seleção,
pensei numa convocação que se
poderia chamar de poderosa:
Goleiro: Homem-Aranha.
Dono de agilidade invejável,
salta como um felino, ou melhor,
aracnídeo. Não é muito alto, mas
compensa a baixa estatura com
uma habilidade fabulosa. O único problema de Peter Parker é sua
mania de tirar fotos durante o jogo. Isto pode nos custar algum gol
inesperado.
Lateral-direito: Homem-elástico.
O lateral-direito dos sonhos dos
técnicos é aquele que tem maleabilidade para ir velozmente ao
ataque e voltar rapidamente para
a defesa. Johnny Red faz melhor
que isso: ele consegue estar nos
dois lugares ao mesmo tempo.
Zagueiro-central: Hulk.
Esse incrível jogador só tem um
problema: quando o jogo está
muito tranquilo, transforma-se
no mirrado e esquálido cientista
Bruce Banner. Aí o único jeito é a
substituição pelo seu reserva natural, o Coisa.
Quarto-zagueiro: Homem de
Ferro.
Muitos comentaristas afirmam
que um bom zagueiro precisa ter
uma saúde de ferro. Neste caso,
ninguém melhor que Tony Stark.
Ele pode não ter muita mobilidade, mas nas divididas é duro como poucos.
Lateral-esquerdo: Tocha-Humana.
Como Nílton Santos e Júnior,
um lateral-esquerdo deve possuir
uma certa chama de genialidade,
e chama é o que não falta ao Tocha-Humana. Trata-se, porém,
de um jogador com problemas
disciplinares, tanto que muitos o
acusam de cabeça-quente.
Volante: Capitão América.
Um volante deve ser o escudo
da defesa, e, desse assunto, ninguém entende mais do que o velho Steve Rogers. Por questões óbvias, é também o capitão do time.
Meia-direita: Mandrake.
Faz mágicas com a bola, mas
seus críticos dizem que sua habilidade não passa de ilusão. De
qualquer forma, é sempre um jogador surpreendente, daqueles
que, a qualquer momento, podem
tirar um ás da manga.
Meia-esquerda: Fantasma.
Antigamente seu apelido era "O
espírito que corre", mas hoje em
dia é chamado apenas de "O espírito que anda". Alguns afirmam
que ele possui mais de 400 anos e
está velho para o futebol. Calúnia.
Ponta-direita: Namor, o príncipe submarino.
Joga melhor nos dias de chuva e
nos campos encharcados. Possui
ótima velocidade, como se tivesse
asas nos pés.
Infelizmente briga quase sempre e não é raro que seja expulso
já no primeiro tempo. Os maledicentes juram que é para ir mais
cedo ao chuveiro.
Centroavante: Super-Homem.
Para enfrentar os zagueiros de
hoje em dia, só mesmo uma canela invulnerável. Além disso esse
atleta tem qualidades no jogo aéreo e possui uma ótima visão de
raio X do jogo.
Ponta-esquerda: Batman.
A ponta esquerda é o lugar das
trevas no futebol, o lugar certo para o excêntrico Bruce Wayne.
Porém, sem a companhia do
menino prodígio Robin para tabelar, seu rendimento cai e ele
não joga tão bem.
Há ainda quem o acuse de esnobismo por ele sempre levar Alfred, seu mordomo, para a concentração.
Quanto às cheerleaders, a Mulher Maravilha poderia comandar o coro, que teria Barbarella e
Mulher Gato.
Lex Luthor seria o presidente da
delegação, aquele cartola que viaja para ficar tomando sol na piscina e fazer compras para os parentes. Já o técnico teria que ser
alguém que se considera dono de
superpoderes, usa roupas diferentes e vive no mundo dos imortais.
Aí há várias opções, mas o meu
preferido ainda é Wanderley Luxemburgo.
E-mail torero@uol.com.br
Texto Anterior: Futebol nacional: Dia-a-dia dos clubes Próximo Texto: Agenda Índice
|