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TÊNIS
A queda de um império
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
Há um ano e meio, Rainer
Schuettler surpreendeu e alcançou a final do Aberto da Austrália. Desde então, está sempre
por ali, entre os melhores. No ano
passado, terminou como o sexto
melhor do planeta. Neste ano,
bem ou mal, se mantém como oitavo no ranking mundial.
Neste ano, foi a vez de outro alemão aparecer: Florian Mayer.
Aos 21 anos, o garotão (1,95 m)
derrubou Guillermo Coria na
grama de Wimbledon e só parou
diante de Sebastien Grosjean nas
quartas-de-final.
Para os que acharam o resultado "sorte de principiante sacador
em piso rápido", Mayer já chegou
a duas finais de challengers neste
ano e às quartas no saibro de
Kitzbuehel na semana passada
(perdeu, aliás, para Schuettler).
Tommy Haas é outro alemão de
destaque. Há duas semanas, fez
mágica: em jogo tecnicamente
perfeito, altamente equilibrado,
bateu o americano Andre Agassi
em três sets, com dois tie-breaks,
nas quartas-de-final em Los Angeles. O leitor, esperto, já imagina
como foi difícil para Haas, além
de brecar o "careca", calar a fanática torcida americana.
Na final, Haas, ex-número dois
do mundo, enfrentou outro alemão, Nicolas Kiefer, também ex-top ten. Haas ganhou e levantou
seu segundo troféu na temporada. Amigos, soltaram frases do tipo "É uma pena que alguém perca; esse foi um jogo em que deveria ter havido dois vencedores".
Viva a Alemanha?
Não. Apesar de Schuettler,
Haas, Mayer e Kiefer, a Alemanha vive uma crise.
"O tênis alemão morreu", publicou recentemente o "Bild". É
uma sensação de ressaca que agora chega às quadras daquele país.
Há alguns anos, o país perdeu a
Copa do Mundo e o Masters,
competições que, ao fim da temporada, reúnem os melhores dos
circuitos masculino e feminino.
Perdeu mais recentemente um
Masters Series, em Stuttgart. A
confederação alemã ainda é uma
das mais fortes e maiores do
mundo, mas viu, em cinco anos,
500 mil filiados simplesmente dizerem "tchau" às raquetes.
Schuettler não tem carisma,
não tem grandes golpes e, mesmo
em títulos, não chegou lá (tem
quatro, mas nenhum de expressão). Alguém consegue vê-lo como sucessor de Boris Becker?
E o jovem Mayer? Ainda não
"virou", é jovem, sim. Mas alguém espera dele um décimo do
que conquistou, por exemplo,
Steffi Graf? E Haas e Kiefer? À
sombra de contusões, lesões e incertezas, os dois, ótimos, ainda fazem os alemães sentirem saudades de Michael Stich, campeão de
Wimbledon-91 e finalista em outros dois Grand Slams.
E assim os alemães, vencedores
da Copa Davis em 1988, 1989 e
1993, vivem, agora com quatro
top 50 e nenhum campeão de verdade, sua fase negra.
"Naqueles dias, nunca usávamos a porta da frente nos hotéis,
pois sempre havia centenas de fãs.
A entrada com Boris era sempre
pela porta da cozinha, nos fundos", lembra Niki Pilic, o capitão
nas três conquistas da Davis.
Agora, entre os fãs do tênis, a
moda na Alemanha é falar de Michael Schumacher.
De Campos do Jordão para Belo Horizonte
Ficou com o japonês Takao Suzuki o título do Challenger de Campos
do Jordão. Nesta semana, acontece o Challenger de Belo Horizonte.
De Vitória para Uberlândia
Luis Grangeiro, Patrícia Coimbra (18 anos), Nicolas Santos, Laryssa
Ferreira (16), Gustavo Kleine, Nataly Yoo (14), Eduardo Dischinger e
Thaís Xavier (12) venceram a terceira etapa do Circuito BB. Nesta semana, Uberlândia recebe a segunda etapa do Circuito Unimed.
De Caldas Novas a Santos, passando por 9 cidades
Caldas Novas, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Guarulhos, Campo Grande, Americana, Campinas e Santos terão
torneios future entre agosto e novembro.
E-mail reandaku@uol.com.br
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