São Paulo, quarta-feira, 28 de julho de 2004

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TÊNIS

A queda de um império

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Há um ano e meio, Rainer Schuettler surpreendeu e alcançou a final do Aberto da Austrália. Desde então, está sempre por ali, entre os melhores. No ano passado, terminou como o sexto melhor do planeta. Neste ano, bem ou mal, se mantém como oitavo no ranking mundial.
Neste ano, foi a vez de outro alemão aparecer: Florian Mayer. Aos 21 anos, o garotão (1,95 m) derrubou Guillermo Coria na grama de Wimbledon e só parou diante de Sebastien Grosjean nas quartas-de-final.
Para os que acharam o resultado "sorte de principiante sacador em piso rápido", Mayer já chegou a duas finais de challengers neste ano e às quartas no saibro de Kitzbuehel na semana passada (perdeu, aliás, para Schuettler).
Tommy Haas é outro alemão de destaque. Há duas semanas, fez mágica: em jogo tecnicamente perfeito, altamente equilibrado, bateu o americano Andre Agassi em três sets, com dois tie-breaks, nas quartas-de-final em Los Angeles. O leitor, esperto, já imagina como foi difícil para Haas, além de brecar o "careca", calar a fanática torcida americana.
Na final, Haas, ex-número dois do mundo, enfrentou outro alemão, Nicolas Kiefer, também ex-top ten. Haas ganhou e levantou seu segundo troféu na temporada. Amigos, soltaram frases do tipo "É uma pena que alguém perca; esse foi um jogo em que deveria ter havido dois vencedores".
Viva a Alemanha?
Não. Apesar de Schuettler, Haas, Mayer e Kiefer, a Alemanha vive uma crise.
"O tênis alemão morreu", publicou recentemente o "Bild". É uma sensação de ressaca que agora chega às quadras daquele país.
Há alguns anos, o país perdeu a Copa do Mundo e o Masters, competições que, ao fim da temporada, reúnem os melhores dos circuitos masculino e feminino. Perdeu mais recentemente um Masters Series, em Stuttgart. A confederação alemã ainda é uma das mais fortes e maiores do mundo, mas viu, em cinco anos, 500 mil filiados simplesmente dizerem "tchau" às raquetes.
Schuettler não tem carisma, não tem grandes golpes e, mesmo em títulos, não chegou lá (tem quatro, mas nenhum de expressão). Alguém consegue vê-lo como sucessor de Boris Becker?
E o jovem Mayer? Ainda não "virou", é jovem, sim. Mas alguém espera dele um décimo do que conquistou, por exemplo, Steffi Graf? E Haas e Kiefer? À sombra de contusões, lesões e incertezas, os dois, ótimos, ainda fazem os alemães sentirem saudades de Michael Stich, campeão de Wimbledon-91 e finalista em outros dois Grand Slams.
E assim os alemães, vencedores da Copa Davis em 1988, 1989 e 1993, vivem, agora com quatro top 50 e nenhum campeão de verdade, sua fase negra.
"Naqueles dias, nunca usávamos a porta da frente nos hotéis, pois sempre havia centenas de fãs. A entrada com Boris era sempre pela porta da cozinha, nos fundos", lembra Niki Pilic, o capitão nas três conquistas da Davis.
Agora, entre os fãs do tênis, a moda na Alemanha é falar de Michael Schumacher.

De Campos do Jordão para Belo Horizonte
Ficou com o japonês Takao Suzuki o título do Challenger de Campos do Jordão. Nesta semana, acontece o Challenger de Belo Horizonte.

De Vitória para Uberlândia
Luis Grangeiro, Patrícia Coimbra (18 anos), Nicolas Santos, Laryssa Ferreira (16), Gustavo Kleine, Nataly Yoo (14), Eduardo Dischinger e Thaís Xavier (12) venceram a terceira etapa do Circuito BB. Nesta semana, Uberlândia recebe a segunda etapa do Circuito Unimed.

De Caldas Novas a Santos, passando por 9 cidades
Caldas Novas, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Guarulhos, Campo Grande, Americana, Campinas e Santos terão torneios future entre agosto e novembro.

E-mail reandaku@uol.com.br

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