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FUTEBOL
Para oposição, mudanças nos estatutos inviabilizam eleições no clube
Oposicionistas corintianos
desistem de candidaturas
da Reportagem Local
Por considerarem que o atual estatuto inviabiliza uma competição
justa pela presidência corintiana,
os partidos de oposição desistiram
de disputar a eleição no clube,
marcada para o dia 15 de agosto.
Em entrevista ontem, Marlene
Matheus, que forma chapa de
oposição com Romeu Tuma Júnior como vice, alegou que algumas mudanças no regulamento,
efetuadas em 94, beneficiam a reeleição de Alberto Dualib.
Os oposicionistas entraram com
ação na Justiça para cancelar as
eleições. Eles reivindicam que no
dia seguinte ao pleito, o cargo fique vago e um interventor convoque nova votação baseada no estatuto anterior, elaborado em 1984.
A outra chapa de oposição é formada por Antoine Gebran e Orlando Monteiro Alves (vice).
Uma reunião do Conselho Deliberativo corintiano, em dezembro
de 94, promoveu alterações nos
estatutos do clube e prorrogou o
mandato de Alberto Dualib até
agosto deste ano. Desde então, os
oposicionistas tentam anular as
mudanças na Justiça. O processo
corre agora em Brasília, no Superior Tribunal de Justiça
"É uma ditadura. Hoje o Corinthians não é dos associados, não é
da torcida, é de um grupinho que
quer se perpetuar no poder", afirmou ontem Marlene Matheus,
ex-presidente do clube.
Reclamação
Os sócios foram convocados a
votar no dia 15 de agosto para eleger 100 conselheiros quadrienais
para o período de 1998 a 2002.
Os 100 membros farão parte do
Conselho Deliberativo, órgão que
escolhe o presidente, além de outros membros da administração.
Com as mudanças no estatuto, o
Conselho Deliberativo passou a
ser composto, também, por membros indicados ou nomeados.
Além disso, o número de conselheiros subiu de 300 para 400, sendo que uma nova divisão na composição foi estabelecida.
Antes os membros vitalícios somavam 30% do corpo (90 membros), e os eleitos, 70% (210).
Hoje, os membros vitalícios, indicados pelo próprio conselho,
são 50% (200 membros). A outra
metade é dividida entre indicados
e nomeados (25%, ou 100 componentes) e outros 100 (25%) que serão eleitos no dia 15.
Atualmente, o órgão corintiano
possui 94 conselheiros vitalícios.
Na Assembléia Geral, serão escolhidos 100 conselheiros quadrienais. Assim, o restante, 206, mais
do que a maioria, seria formado
por membros indicados pelo presidente do conselho, atualmente
Williams Pereira de Melo, partidário da situação.
Dessa forma, a oposição entende
que não há sentido concorrer, já
que a maioria do conselho que elegerá o novo presidente deverá ser
formada por situacionistas.
"Do jeito que ficou o estatuto,
não temos como ganhar. A eleição
virou uma farsa. Um golpe", revoltou-se Marlene Matheus.
"Essa oposição não existe. São
inimigos do Corinthians. Até outro dia, pediam eleições. Agora ficam procurando problemas", defende-se o presidente do conselho.
Segundo ele, os 106 vitalícios que
serão indicados para compor o
quadro passarão por uma "análise severa" de uma comissão formada por ele e mais quatro membros. Ele não afirma quem são os
outros componentes. "É uma comissão interna."
(JOÃO CARLOS
ASSUMPÇÃO e LUIZ CESAR PIMENTEL)
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