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Prazo pedido pelo treinador acaba após três partidas contra times do PR
"Copa paranaense" é desafio para Murtosa
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras do técnico Flávio
Teixeira, o Murtosa, tem hoje o
primeiro confronto do que poderia ser chamada "copa paranaense" dentro do Campeonato Brasileiro. O adversário é o atual campeão nacional, o Atlético-PR, jogando em seu estádio.
No domingo, será a vez do Paraná. E, na próxima quarta, o rival é
o Coritiba. Passados esses três jogos terá terminado o prazo de três
semanas que o treinador pediu no
dia de sua apresentação (15 de
agosto) para entrosar a equipe e
conquistar resultados.
Mas o cessar-fogo pedido já foi
interrompido pela torcida organizada Mancha Alviverde, que emitiu ontem um manifesto criticando Murtosa e o zagueiro Alexandre pela goleada de 4 a 0 sofrida
diante do Atlético-MG no Parque
Antarctica (leia texto ao lado).
O técnico diz não se importar
com a pressão. "Ouço o que os
outros falam e vejo o que posso fazer. Mas tenho minhas convicções", afirmou o técnico sobre o
lobby dos torcedores para que ele
escale o atacante Nenê, sacado da
equipe nos últimos dois jogos.
Coincidentemente, Nenê volta à
condição de titular contra o Atlético-PR. Outra novidade é a entrada do volante Célio no lugar do
criticado Fabiano Eller. "Célio é
mais marcador. Precisamos disso
agora", afirmou Murtosa.
Esse prazo estipulado tem vários obstáculos para ser cumprido. Um deles é a série de contusões no time, começando pelo
meia Pedrinho (parado há nove
meses e que ontem fez seu primeiro treino coletivo) até o zagueiro
César, o meia Zinho e o meia-atacante Lopes -esses últimos se lesionaram com o Campeonato
Brasileiro em andamento.
Outro fator são as mudanças
que Murtosa já promoveu. Ele
imaginava inicialmente uma formação com três atacantes.
Desistiu da idéia e escalou dois
no setor. Agora troca um deles,
colocando Nenê no lugar do colombiano Muñoz, que se queixou
de dores na panturrilha.
"Já tinha decidido testar o Nenê", disse o treinador, minimizando que a lesão definiu a troca.
Os jogadores concordam que a
cobrança é prematura. "Vencer é
prioridade, mas é preciso ter paciência. Eu e o time estamos nos
encaixando aos poucos", afirmou
o atacante Dodô, com um gol em
duas partidas disputadas.
O lateral Arce, um dos mais veteranos no clube, concorda com o
novo companheiro. "É muito cedo para uma pressão tão forte. Essa cobrança serve de alerta, mas
não vai resolver nada", afirmou o
jogador paraguaio.
Já o novato Nenê, recém-chegado do Jundiaí, acredita que a cobrança é natural. "A torcida em o
direito de cobrar, mas o jogador
tem de ter colhão para suportar
isso", declarou o atacante.
Com tantos jogos contra paranaenses, o Palmeiras planejou até
uma temporada em Curitiba, afinal, o jogo dominical também é
por lá, mas descartou isso pela falta de campo de treino.
Já a partida da próxima quarta-feira, contra o Coritiba, vai acontecer no Parque Antarctica, que
foi saudado como um alçapão por
Wanderley Luxemburgo, antecessor de Murtosa.
Após a derrota para o Atlético-MG tudo mudou de figura. "Neste
Brasileiro, o fator local não está
influenciando", afirmou o treinador palmeirense. Esse mesmo raciocínio serve para incentivar
seus comandados a recuperar-se
do "baixo-astral" após o vexame
caseiro. "Nenhum time está invicto no campeonato, com o Palmeiras não é diferente. Não podemos
ficar abatidos", disse.
Mas ele sabe que só bons resultados contra os paranaenses podem acalmar o ambiente. Tem
três chances para se firmar.
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