São Paulo, quarta-feira, 28 de agosto de 2002

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Prazo pedido pelo treinador acaba após três partidas contra times do PR

"Copa paranaense" é desafio para Murtosa

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras do técnico Flávio Teixeira, o Murtosa, tem hoje o primeiro confronto do que poderia ser chamada "copa paranaense" dentro do Campeonato Brasileiro. O adversário é o atual campeão nacional, o Atlético-PR, jogando em seu estádio.
No domingo, será a vez do Paraná. E, na próxima quarta, o rival é o Coritiba. Passados esses três jogos terá terminado o prazo de três semanas que o treinador pediu no dia de sua apresentação (15 de agosto) para entrosar a equipe e conquistar resultados.
Mas o cessar-fogo pedido já foi interrompido pela torcida organizada Mancha Alviverde, que emitiu ontem um manifesto criticando Murtosa e o zagueiro Alexandre pela goleada de 4 a 0 sofrida diante do Atlético-MG no Parque Antarctica (leia texto ao lado).
O técnico diz não se importar com a pressão. "Ouço o que os outros falam e vejo o que posso fazer. Mas tenho minhas convicções", afirmou o técnico sobre o lobby dos torcedores para que ele escale o atacante Nenê, sacado da equipe nos últimos dois jogos.
Coincidentemente, Nenê volta à condição de titular contra o Atlético-PR. Outra novidade é a entrada do volante Célio no lugar do criticado Fabiano Eller. "Célio é mais marcador. Precisamos disso agora", afirmou Murtosa.
Esse prazo estipulado tem vários obstáculos para ser cumprido. Um deles é a série de contusões no time, começando pelo meia Pedrinho (parado há nove meses e que ontem fez seu primeiro treino coletivo) até o zagueiro César, o meia Zinho e o meia-atacante Lopes -esses últimos se lesionaram com o Campeonato Brasileiro em andamento.
Outro fator são as mudanças que Murtosa já promoveu. Ele imaginava inicialmente uma formação com três atacantes.
Desistiu da idéia e escalou dois no setor. Agora troca um deles, colocando Nenê no lugar do colombiano Muñoz, que se queixou de dores na panturrilha.
"Já tinha decidido testar o Nenê", disse o treinador, minimizando que a lesão definiu a troca.
Os jogadores concordam que a cobrança é prematura. "Vencer é prioridade, mas é preciso ter paciência. Eu e o time estamos nos encaixando aos poucos", afirmou o atacante Dodô, com um gol em duas partidas disputadas.
O lateral Arce, um dos mais veteranos no clube, concorda com o novo companheiro. "É muito cedo para uma pressão tão forte. Essa cobrança serve de alerta, mas não vai resolver nada", afirmou o jogador paraguaio.
Já o novato Nenê, recém-chegado do Jundiaí, acredita que a cobrança é natural. "A torcida em o direito de cobrar, mas o jogador tem de ter colhão para suportar isso", declarou o atacante.
Com tantos jogos contra paranaenses, o Palmeiras planejou até uma temporada em Curitiba, afinal, o jogo dominical também é por lá, mas descartou isso pela falta de campo de treino.
Já a partida da próxima quarta-feira, contra o Coritiba, vai acontecer no Parque Antarctica, que foi saudado como um alçapão por Wanderley Luxemburgo, antecessor de Murtosa.
Após a derrota para o Atlético-MG tudo mudou de figura. "Neste Brasileiro, o fator local não está influenciando", afirmou o treinador palmeirense. Esse mesmo raciocínio serve para incentivar seus comandados a recuperar-se do "baixo-astral" após o vexame caseiro. "Nenhum time está invicto no campeonato, com o Palmeiras não é diferente. Não podemos ficar abatidos", disse.
Mas ele sabe que só bons resultados contra os paranaenses podem acalmar o ambiente. Tem três chances para se firmar.



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