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FUTEBOL
Ele ficou
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Mesmo com Lei Pelé, calendário desencontrado com o
da Europa e crise econômica no
país, Diego fica no Santos. O Tottenham oferecia milhões, o pai e
procurador temia que ele não recebesse outra proposta tão boa, e
mesmo assim ele não foi.
E não foi por quê? Basicamente,
porque não quis.
Diego só não receberá uma proposta melhor do que essa se acontecer algum desastre. Nome cada
vez mais certo nas seleções principal e olímpica, Diego tem tudo
para ser um dos principais jogadores brasileiros nos próximos
anos. Por que a pressa de ir embora? Dinheiro, ele vai ganhar de
qualquer jeito -60 mil por mês
está bom demais- e a Europa
vai continuar onde sempre esteve.
Se saísse, Diego passaria a ser
um dos "estrangeiros" do Parreira. Jogaria as eliminatórias sob o
efeito de viagens mais longas e do
fuso horário -até a carreira na
seleção poderia ser prejudicada.
Reclamamos que os europeus só
enxergam o próprio umbigo (como na eleição do melhor do ano),
mas somos os primeiros a desvalorizar o que temos. Por que jogar
no médio Tottenham seria melhor do que defender o ótimo Santos no Brasileiro? Certo, os gramados são lindos, os estádios são
modernos e cheios, e o planejamento é bem-feito. Isso é importante. Mas o Peixe é mais time.
O camisa 10 do Santos provou
outra vez que é um jogador diferenciado. Quando todos só pensam em ir embora -vejam as declarações de vários sub-20 e sub-17, felizes com a chance de chamar a atenção de olheiros-, ele
resiste a um convite milionário e
fica. Pelo menos mais um pouco.
Os clubes têm saudade do passe
porque ganhavam mais na venda
de jogadores, mas esquecem que
não gastam mais milhões para
comprá-los.
Se há jogadores que vão embora
no meio de um contrato sem que
o clube receba algo pelo rescisão, é
porque é cada vez mais comum
pegar atletas emprestados, que jogam em um time e continuam
vinculados a outro. Às vezes o outro até paga os salários. Por isso,
quando o jogador é negociado, o
ex-clube tem algo a receber, e o
atual não. Enfim, ninguém quer
gastar, mas todo mundo reclama
que não consegue receber.
Alguns dirigentes pensam em
seus times como "vendedores", e
não "vencedores". Depois de dispensar Artur Neto em razão da
"incompatibilidade do técnico
com as rotinas administrativas
do clube na área do futebol", o vice-presidente do Figueirense, João
Batista Baby, explicou: "Estamos
em um torneio que é uma vitrine,
e entendemos que os atletas das
categorias de base deveriam ser
mais bem aproveitados no time,
pois podem trazer retorno para o
clube". Parece que o objetivo não
é o futebol, a competição, e sim o
comércio de revelações!
Se os clubes não tivessem se acomodado com certas fontes de renda -passe, grandes patrocinadores e direitos de TV- e tivessem
investido mais no único patrimônio inalienável -o torcedor-
teriam bem menos problemas financeiros. Melhor que isso: poderiam estar ricos, e não quebrados.
Explicações
O Vasco esclarece: a renda de
Vasco x Guarani foi de R$
9.980,00 (público pagante: 998
torcedores), e o site esteve fora
do ar por problemas técnicos.
(Curiosidade: alguns colunistas
criticam a diretoria e Eurico
Miranda -no site oficial!). E
Carlos Alberto Torres enviou o
público e renda de todas as rodadas. Mas o site da CBF continua sem os borderôs, Capita!
Pan-tur
Não vejo nenhuma necessidade
de a Assembléia do Rio mandar
um deputado para o Mundial
de ginástica para "estudar" para o Pan-2007 -mesmo que
seja Georgette Vidor. Que eu
saiba, não são os deputados que
vão organizar o evento... Mas lá
se vai o dinheiro público sob esse pretexto.
E-mail
soninha.folha@uol.com.br
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