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FUTEBOL
Dirigente, que está no comando da federação desde 1988, terá o mandato renovado na próxima segunda-feira
Só Farah disputa cargo de Farah na FPF
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Eduardo José Farah não terá
opositor na eleição presidencial
da FPF na próxima segunda-feira.
A chapa encabeçada pelo dirigente foi a única inscrita na entidade até ontem, às 17h, prazo determinado pelo mesmo Farah em
edital publicado na última terça-feira em um jornal de São Paulo e
por meio do site da entidade.
Junto com Farah, serão eleitos
para cumprir quatro anos de
mandato como vice-presidentes
Marco Polo del Nero e Reynaldo
Carneiro Bastos -este último
também concorre à reeleição, já
que é vice da FPF.
Ambos, entretanto, amargam o
fato de não poderem ter lançado
chapas próprias. Isso porque Farah, que havia anunciado que não
concorreria na FPF, voltou atrás
após o esvaziamento da Liga Rio-SP, também presidida por ele.
Bastos, por exemplo, já havia arrematado o apoio de cerca de 60
clubes, entre eles o São Paulo, mas
teve que recuar.
Del Nero, que neste mandato
dirige o Tribunal de Justiça Desportiva, foi, ao menos, "promovido", já que será parte da diretoria
da entidade paulista no próximo.
Com a aclamação dos clubes na
segunda, Farah estará gabaritado
a assumir seu quarto mandato na
FPF, que assumiu em 1988.
Na segunda, como existe apenas
uma chapa inscrita para a disputa
eleitoral, os votos não serão secretos. Será facultado aos clubes apenas concordar ou não com a eleição de Farah -como, aliás, aconteceu na eleição passada.
Desta vez, entretanto, o caminho da "aclamação" foi mais tortuoso. Assolado por denúncias
das CPIs, enfraquecido com o fim
dos regionais e esmagamento dos
estaduais, e com a sua administração na FPF sendo investigada pela
Polícia Civil (supostos crimes de
apropriação indébita e estelionato), Farah ainda atrasou a convocação da eleição, que por estatuto
deveria ter acontecido em julho
passado, como revelou a Folha.
O descumprimento do estatuto
não foi contestado judicialmente
por nenhum clube filiado à FPF,
mas deu força a criação do único
movimento de oposição formal
contra Farah, segundo o líder rival Milton Cardoso. "Muitos clubes do interior mudaram de lado
por causa do descaso dele [Farah]
com o futebol do interior e com as
leis da federação", afirmou.
Farah ainda é acusado por Cardoso de esvaziar o movimento rival pressionando os líderes do futebol do interior do Estado a assinarem a sua chapa.
Pela primeira vez, Farah convidou dirigentes de ligas e clubes
sem expressão para "visitá-lo" na
sede da FPF. Diariamente, no período pré-eleitoral, Farah também optou por divulgar no site da
entidade a sua agenda -tal prática foi abolida ontem.
Outra jogada de Farah para colocar os clubes do seu lado foi entregar à livre escolha deles a opção
por uma "virada de mesa" no
Paulista-03. Cinco dias antes de
marcar as eleições, Farah reuniu
na sede da entidade o Conselho
Arbitral (composto por times da
A-1), além de ter convidado a Matonense, da A-2. Foi marcada nova reunião para ratificar o acordo:
em 15 de outubro, quando o novo
presidente estará escolhido.
Nem Farah nem a sua assessoria
responderam ao pedido de entrevista feito pela reportagem.
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