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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Médias caem em relação a 1999, quando o torneio também foi nos EUA

Público e gols definham na Copa do Mundo feminina

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de estádios cheios e chuva de gols. Mesmo sem mudar de sede em relação à última edição, a Copa do Mundo feminina vê uma queda brusca na sua artilharia e no número de torcedores.
Nas duas rodadas iniciais, a média de ingressos vendidos por partida no certame caiu 38,4%. O tombo na rede balançando foi só um pouco menor: 28,6%.
Em 1999, cada confronto das duas rodadas iniciais teve, em média, 31.696 torcedores presentes. Agora, essa marca foi de 19.509. Na artilharia, a média de gols caiu de 4,37 para 3,12.
O público americano tem dado as costas até para sua equipe. No torneio que organizou e ganhou em 1999, a seleção dos EUA teve um público médio de quase 80 mil pessoas nas duas partidas iniciais. Agora, no mesmo número de jogos, a média não chega a 35 mil ingressos vendidos.
Apesar do bom futebol, o Brasil também não é acompanhado agora como há quatro anos. O time da revelação Marta, 17, reuniu nos dois confrontos iniciais 60 mil torcedores. Em 1999, com Sissi como destaque, teve mais do que isso em sua partida de estréia.
Países com grandes colônias nos EUA também jogam para estádios praticamente vazios. Mesmo tendo atuado até agora na Califórnia, onde está concentrada boa parte da sua colônia, a China tem a medíocre média de 12 mil torcedores em suas partidas até o momento na Copa-2003.
O público não dá as caras nos estádios mesmo com verdadeiras pechinchas para o padrão americano. Os ingressos mais baratos custam, no site da Fifa, US$ 20.
O fã pagou isso na primeira fase, em alguns casos, para entradas de rodadas duplas, prática rara nos torneios organizados pela entidade que controla o futebol.
Longe dos estádios, os americanos pelo menos se livram de ver jogos com menos gols, isso em um país que adora altas contagens. Antes comuns no futebol feminino, as goleadas começam a rarear neste Mundial.
Das 16 partidas iniciais, só cinco tiveram a marcação de pelo menos quatro gols. Em 1999, no mesmo número de confrontos iniciais, nove terminaram com mais de três gols anotados.
Nesse caso, novamente as anfitriãs não colaboram. Nas duas partidas inicias da campanha vitoriosa de 1999, as americanas marcaram dez gols. Agora, ainda são ofensivas, mas em menor escala -balançaram as redes oito vezes em duas rodadas.

Sars e crise
O atual Mundial feminino só acontece nos EUA pela epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave) que abateu a Ásia.
A Fifa havia programado a competição para a China e mudou de idéia no início do ano pelo temor da contaminação das atletas e demais participantes.
Às vésperas do torneio, contudo, a doença já havia sido dada como praticamente banida do imenso território chinês. Mesmo assim, a competição foi mantida nos EUA, que passam por série crise no futebol das mulheres.
Pouco antes da abertura do Mundial-2003, a liga profissional americana, onde jogava a brasileira Kátia Cilene, anunciou o fim das suas atividades por falta de dinheiro e patrocinadores.


NA TV - Suécia x Nigéria, ao vivo, às 14h, na ESPN Brasil


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