São Paulo, terça-feira, 28 de setembro de 2004

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FUTEBOL

Sem Luis Fabiano, atacantes são responsáveis por só 19% dos gols do time

Inofensivo, São Paulo tenta inspirar seus coadjuvantes

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Emerson Leão diz que seu time não tem atacantes que fazem diferença. Ele tem razão. O São Paulo que entra em campo hoje, às 20h30, contra o Paysandu, pelo Brasileiro, no Morumbi, tem apenas 19,6% de seus gols feitos pelos homens de frente.
Grafite, Diego Tardelli, Jean e Rondón contribuíram com só 18 dos 92 gols são-paulinos nos 57 jogos da equipe em 2004.
Todos eles juntos não conseguem superar Luis Fabiano, ainda artilheiro da equipe na temporada, com 21 gols em 30 jogos. O atacante, vendido para o Porto, fez 23% dos gols são-paulinos.
Quem está mais próximo de Luis Fabiano é Grafite, titular do time na maior parte da temporada. Mesmo assim, ele se notabiliza mais pela indisciplina -é quem mais recebeu cartões no torneio (12)- do que pela artilharia.
Em 48 jogos, o atacante, que assumiu a camisa 9, balançou as redes 14 vezes e prometeu ser o substituto do ex-companheiro. Mas foi desencorajado pelo próprio técnico. "O Grafite não tem essa característica [de matador]", afirmou Leão, que, sem opções, aposta em Diego Tardelli para assumir o papel de goleador.
Ele, no entanto, vive crise de gols ainda maior que a do companheiro. Neste ano, balançou as redes só três vezes.
Reservadamente, conselheiros do clube alegam que ele está fazendo "corpo mole" para tentar um aumento salarial. Atualmente, Tardelli, que tem contrato até 2007 com o clube, recebe R$ 6.000,00 mensais.
A diretoria, entretanto, afirma que, se detectar "má vontade" do atleta, pode afastá-lo.
Os outros dois atacantes do time, Jean e Rondón, que jamais conseguiram se firmar como titulares têm desempenho ainda pior que o de Tardelli.
Jean, que já participou de 33 jogos do São Paulo no ano, marcou apenas uma vez.
O venezuelano, por sua vez, nem balançou as redes em dez participações. Mas tem a simpatia do vice de futebol, Juvenal Juvêncio. "Ele é bom. Se pudesse, contrataria mais um cinco desses."
Isso certamente não agradaria ao técnico Leão, que pediu um goleador, mas não foi atendido. Sem eles, o lateral Cicinho e o meia Danilo, com cinco gols cada, são artilheiros do time no Brasileiro, ao lado de Luis Fabiano. "Isso é muito pouco para o São Paulo. Temos de chutar mais ao gol e termos mais confiança", afirma Leão.


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