|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em declínio, Hamilton traz à tona fraqueza
Desempenho cai, e estreante precisa superar Alonso para seguir líder na F-1
Piloto inglês não exibe mais o mesmo sorriso, revela ter falhado no ajuste do carro e joga favoritismo nas costas do espanhol no GP do Japão
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FUJI
O sorriso aberto já não é mais
tão fácil. O jeito de menino assustado também não é mais
uma característica de Lewis
Hamilton ao caminhar pelo
paddock. Até a maneira de falar
mudou desde o início do ano.
Mas a maior diferença que
pode ser notada no estreante-sensação da F-1 é em seu desempenho dentro das pistas.
Nas oito primeiras corridas,
o piloto da McLaren teve atuações praticamente impecáveis.
Amealhou 64 pontos, venceu
duas vezes e esteve no pódio
sempre. Resultado: assumiu a
ponta do Mundial.
Além disso, chegou à frente
de seu companheiro de equipe,
o bicampeão Fernando Alonso,
em cinco dessas oito etapas.
Depois do GP da França, conseguiu abrir 14 pontos para o espanhol, a maior vantagem que
conquistou na temporada.
Nas últimas seis corridas, porém, sua performance caiu. Obteve apenas uma vitória, ficou
três vezes fora do pódio e viu
Alonso chegar na sua frente
cinco vezes -só levou vantagem na Hungria, onde o bicampeão foi punido com a perda de
cinco postos no grid de largada.
Consequentemente, Hamilton observou sua folga na ponta
cair para dois pontos. No treino
classificatório para o GP do Japão, às 2h de amanhã, busca a
pole para tentar reverter esse
quadro. Ou ao menos manter a
margem na antepenúltima etapa do campeonato, na madrugada de domingo, à 1h30.
Em Fuji, Hamilton tentou
explicar sua queda. E acabou
revelando uma fraqueza.
"O que acontece é que geralmente eu e o Fernando usamos
acertos muito parecidos em
nossos carros", explicou. "Eu
testo primeiro, e, depois, ele e o
Pedro [de la Rosa, piloto de testes] testam e vêem se querem
fazer alguma mudança ou não.
Nas últimas corridas, resolvi
tentar um acerto diferente depois, mas percebi que estava
completamente errado. E aí já
era tarde demais", completou.
Esse é justamente um dos
maiores motivos de descontentamento de Alonso na McLaren. Não publicamente, reclama de que Hamilton usa seus acertos, por isso tem ido tão
bem em seu ano de estréia.
E por mais que tenha tentado
parar de dividir as informações
com o companheiro, nunca teve seu desejo atendido pela
McLaren. O máximo que teria
conseguido é que Hamilton não
recebesse sua telemetria on-line nos treinos de sexta, praxe
até a metade do campeonato.
Seu pedido, comenta-se, foi
acatado após o GP da França, o
que coincide com a queda de
desempenho de Hamilton.
O fato é que o inglês já adotou
uma postura diferente no Japão na tentativa de tirar a responsabilidade de seus ombros e
voltar ao patamar da primeira
metade da temporada.
"Eu, sinceramente, não tenho nada a perder. Ele [Alonso]
é bicampeão do mundo e deve
ter mais pressão sobre ele", falou o inglês, 22. "Não sei se ele
tirou um peso dos ombros ultimamente ou se não está se sentindo pressionado pela equipe,
mas ele me parece muito feliz
de repente dentro da equipe."
NA TV - Treino oficial do GP do Japão
Globo, ao vivo, às 2h de amanhã
Texto Anterior: Dunga convoca e quer seleção jogando como o time feminino Próximo Texto: Troca: Massa nega ida para a Toyota em 2008 Índice
|