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Se não eliminar o Santos, clube verá volta à Libertadores se esvair de novo
São Paulo põe à prova opção por supertime
RICARDO PERRONE
RODRIGO BERTOLOTTO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se fracassar na missão de vencer o Santos hoje por pelo menos
dois gols de diferença, às 20h30,
no Morumbi, o São Paulo vai jogar por terra vários prestígios
conquistados com a excelente primeira fase no Brasileiro-2002.
Entre as famas em risco estão a
da sua nova diretoria, a do técnico
Oswaldo de Oliveira e a dos atletas, como o meia Ricardinho
-ontem, mais uma vez, houve
reunião entre técnico e jogadores
para acertar a equipe na decisão.
Mais: o time que mais fez finais
de Brasileiros e que é tricampeão
nacional (1977, 1986 e 1991) completará, com um revés, 11 anos
sem vencer o principal torneio do
país, dando sequência ao seu
maior jejum, iniciado em 2001,
quando cumpriu dez anos sem
um título na competição.
Caso sejam eliminados nas
quartas-de-final, os são-paulinos
acabarão com a chance de o presidente Marcelo Portugal Gouvêa
cumprir sua promessa de campanha no primeiro ano de mandato:
levar a equipe à Libertadores.
O clube não disputa a competição, que venceu em 1992 e 1993,
desde 1994. Para chegar à Libertadores -os finalistas ganham vaga-, Gouvêa abriu os cofres e reforçou defesa, meio e ataque.
"Pelo que investimos, seria uma
injustiça ficar fora já nas quartas-de-final", disse Gouvêa. Ele afirmou também que só anunciará se
voltará a investir pesado em contratações após o jogo de hoje.
O dirigente participou da reunião com os atletas ontem "para
mostrar confiança no time". Mas
ele adiantou que a equipe passará
por mudanças após a temporada.
Se fracassar hoje, o São Paulo
terminará 2002 do mesmo jeito
que 2001: com ataque eficiente,
defesa frágil e time incapaz de
passar das quartas-de-final. No
ano passado, o clube foi eliminado nesta fase pelo Atlético-PR.
A defesa falha como no passado, apesar das contratações de
Ameli, Régis e Jorginho.
Ricardinho, o principal reforço,
estará em xeque se o time for eliminado. Ele foi contratado para
dar tranquilidade nas decisões.
"O time ganhou maturidade com
ele", havia dito Kaká, que também poderá ter o futuro influenciado por um fracasso, antes da
derrota para o Santos (3 a 1).
Mesmo sem admitir, a diretoria
já contava com a chance de negociá-lo. Com a volta à Libertadores,
protestos de torcedores seriam
minimizados. Sem o triunfo, a
saída dele fortaleceria a oposição.
Já o rival Santos entra em campo em outra situação. O técnico
Emerson Leão afirma que seu trabalho tem "prazo de dois anos".
"Meu time é de jogadores que
ainda têm muito a aprender taticamente. Eles são bons na técnica,
mas precisam saber jogar coletivamente." Leão repetiu várias vezes que o objetivo da equipe era
chegar às quartas-de-final -o
resto seria lucro. "Chegamos com
as calças na mão, mas chegamos."
O plano do time é projetar seus
atletas, principalmente Diego e
Robinho, para vendê-los em 2003.
A folha de pagamento do Santos
não ultrapassa R$ 300 mil, o que o
São Paulo paga por mês a Rogério
e Kaká. "Se os [salários] do São
Paulo são melhores, sorte deles.
Aqui, nossa realidade é o teto salarial", disse o volante Renato.
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