São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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Se não eliminar o Santos, clube verá volta à Libertadores se esvair de novo

São Paulo põe à prova opção por supertime

RICARDO PERRONE
RODRIGO BERTOLOTTO
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se fracassar na missão de vencer o Santos hoje por pelo menos dois gols de diferença, às 20h30, no Morumbi, o São Paulo vai jogar por terra vários prestígios conquistados com a excelente primeira fase no Brasileiro-2002.
Entre as famas em risco estão a da sua nova diretoria, a do técnico Oswaldo de Oliveira e a dos atletas, como o meia Ricardinho -ontem, mais uma vez, houve reunião entre técnico e jogadores para acertar a equipe na decisão.
Mais: o time que mais fez finais de Brasileiros e que é tricampeão nacional (1977, 1986 e 1991) completará, com um revés, 11 anos sem vencer o principal torneio do país, dando sequência ao seu maior jejum, iniciado em 2001, quando cumpriu dez anos sem um título na competição.
Caso sejam eliminados nas quartas-de-final, os são-paulinos acabarão com a chance de o presidente Marcelo Portugal Gouvêa cumprir sua promessa de campanha no primeiro ano de mandato: levar a equipe à Libertadores.
O clube não disputa a competição, que venceu em 1992 e 1993, desde 1994. Para chegar à Libertadores -os finalistas ganham vaga-, Gouvêa abriu os cofres e reforçou defesa, meio e ataque.
"Pelo que investimos, seria uma injustiça ficar fora já nas quartas-de-final", disse Gouvêa. Ele afirmou também que só anunciará se voltará a investir pesado em contratações após o jogo de hoje.
O dirigente participou da reunião com os atletas ontem "para mostrar confiança no time". Mas ele adiantou que a equipe passará por mudanças após a temporada.
Se fracassar hoje, o São Paulo terminará 2002 do mesmo jeito que 2001: com ataque eficiente, defesa frágil e time incapaz de passar das quartas-de-final. No ano passado, o clube foi eliminado nesta fase pelo Atlético-PR.
A defesa falha como no passado, apesar das contratações de Ameli, Régis e Jorginho.
Ricardinho, o principal reforço, estará em xeque se o time for eliminado. Ele foi contratado para dar tranquilidade nas decisões. "O time ganhou maturidade com ele", havia dito Kaká, que também poderá ter o futuro influenciado por um fracasso, antes da derrota para o Santos (3 a 1).
Mesmo sem admitir, a diretoria já contava com a chance de negociá-lo. Com a volta à Libertadores, protestos de torcedores seriam minimizados. Sem o triunfo, a saída dele fortaleceria a oposição.
Já o rival Santos entra em campo em outra situação. O técnico Emerson Leão afirma que seu trabalho tem "prazo de dois anos".
"Meu time é de jogadores que ainda têm muito a aprender taticamente. Eles são bons na técnica, mas precisam saber jogar coletivamente." Leão repetiu várias vezes que o objetivo da equipe era chegar às quartas-de-final -o resto seria lucro. "Chegamos com as calças na mão, mas chegamos."
O plano do time é projetar seus atletas, principalmente Diego e Robinho, para vendê-los em 2003.
A folha de pagamento do Santos não ultrapassa R$ 300 mil, o que o São Paulo paga por mês a Rogério e Kaká. "Se os [salários] do São Paulo são melhores, sorte deles. Aqui, nossa realidade é o teto salarial", disse o volante Renato.


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