São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 2002

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POLÍTICA

Governo eleito desiste de reduzir pasta a secretaria após avaliar que medida poderia simbolizar desprezo ao setor

Lula irá manter esporte como ministério

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

O esporte seguirá com status de ministério no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A hipótese de criar uma secretaria para cuidar do setor, em tese diminuindo seu poder político, foi descartada pela equipe do presidente eleito após consultas a parlamentares ligados ao esporte.
A decisão foi comentada ontem pelo coordenador da transição pelo lado do PT, Antônio Palocci Filho, durante encontro com a bancada do partido em Brasília.
Mas, segundo a Folha apurou, está mantida a possibilidade de desmembramento do atual Ministério do Esporte e Turismo, provavelmente transformando esta última área numa secretaria subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
"O esporte não poderia perder espaço no governo Lula de jeito nenhum", afirmou o deputado federal Gilmar Machado (PT-MG), que participou da reunião de ontem e confirmou a manutenção do Ministério do Esporte.
Relator do Estatuto do Desporto, cujo projeto de lei foi aprovado em comissão especial da Câmera no início deste mês, Machado entregou ontem mesmo o texto à equipe de transição, além de propostas do grupo setorial do partido para a área esportiva.
O governo eleito avaliou que "reduzir" o esporte a uma secretaria poderia indicar que Lula iria subestimar o setor.
O petista chegou a considerar a hipótese de criar uma secretaria de esportes e vinculá-la à presidência, mas nem essa idéia foi bem aceita no partido.
Chegou-se no partido à conclusão de que, mesmo sob a supervisão direta de Lula, a secretaria não teria a força política representada por um ministério.
A enorme exposição do esporte na mídia e o acompanhamento, pelo Parlamento, dos bastidores do setor -que tiveram seu ápice nas recentes CPIs do Congresso que investigaram o futebol- foram pontos significativos para que o governo eleito resolvesse manter o ministério.
Embora o esporte não seja questão prioritária na agenda de transição, o tema é caro à Lula, que, na semana passada, se reuniu com um grupo de trabalho que irá auxiliar o novo governo na formulação de propostas para a área.
A composição da equipe -integrada por ex-atletas famosos, jornalistas e o atual secretário-executivo do Ministério do Esporte, José Luiz Portella- foi alvo de críticas de petistas, que se consideraram desprezados e julgaram que o "grupo de notáveis" não tem densidade suficiente para formular políticas de esporte.


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