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POLÍTICA
Governo eleito desiste de reduzir pasta a secretaria após avaliar que medida poderia simbolizar desprezo ao setor
Lula irá manter esporte como ministério
FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
O esporte seguirá com status de
ministério no governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
A hipótese de criar uma secretaria para cuidar do setor, em tese
diminuindo seu poder político,
foi descartada pela equipe do presidente eleito após consultas a
parlamentares ligados ao esporte.
A decisão foi comentada ontem
pelo coordenador da transição
pelo lado do PT, Antônio Palocci
Filho, durante encontro com a
bancada do partido em Brasília.
Mas, segundo a Folha apurou,
está mantida a possibilidade de
desmembramento do atual Ministério do Esporte e Turismo,
provavelmente transformando
esta última área numa secretaria
subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
"O esporte não poderia perder
espaço no governo Lula de jeito
nenhum", afirmou o deputado federal Gilmar Machado (PT-MG),
que participou da reunião de ontem e confirmou a manutenção
do Ministério do Esporte.
Relator do Estatuto do Desporto, cujo projeto de lei foi aprovado
em comissão especial da Câmera
no início deste mês, Machado entregou ontem mesmo o texto à
equipe de transição, além de propostas do grupo setorial do partido para a área esportiva.
O governo eleito avaliou que
"reduzir" o esporte a uma secretaria poderia indicar que Lula iria
subestimar o setor.
O petista chegou a considerar a
hipótese de criar uma secretaria
de esportes e vinculá-la à presidência, mas nem essa idéia foi
bem aceita no partido.
Chegou-se no partido à conclusão de que, mesmo sob a supervisão direta de Lula, a secretaria não
teria a força política representada
por um ministério.
A enorme exposição do esporte
na mídia e o acompanhamento,
pelo Parlamento, dos bastidores
do setor -que tiveram seu ápice
nas recentes CPIs do Congresso
que investigaram o futebol- foram pontos significativos para
que o governo eleito resolvesse
manter o ministério.
Embora o esporte não seja questão prioritária na agenda de transição, o tema é caro à Lula, que, na
semana passada, se reuniu com
um grupo de trabalho que irá auxiliar o novo governo na formulação de propostas para a área.
A composição da equipe -integrada por ex-atletas famosos,
jornalistas e o atual secretário-executivo do Ministério do Esporte, José Luiz Portella- foi alvo
de críticas de petistas, que se consideraram desprezados e julgaram que o "grupo de notáveis"
não tem densidade suficiente para formular políticas de esporte.
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