São Paulo, segunda-feira, 28 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Rebaixados à Série B, Atlético-MG, Brasiliense e Paysandu são comandados por dirigentes envolvidos em escândalos

Cartolas enrolados desabam no Nacional

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Três cartolas envolvidos em escândalos nacionais sofreram ontem a dor do rebaixamento.
Brasiliense, Paysandu e Atlético-MG, os três primeiros times condenados à segunda divisão, são comandados por dirigentes que já foram presos, nos dois primeiros casos, e por um banqueiro cuja instituição está no centro do escândalo do "mensalão".
Com a derrota em casa para o Figueirense, o time da capital, que tem os ex-corintianos Vampeta e Marcelinho como principais estrelas, caiu logo na sua primeira temporada na elite.
O clube é propriedade do ex-senador Luiz Estevão, cassado em 2000 por quebra do decoro parlamentar. Ele é acusado ainda de um milionário desvio de verbas públicas.
A queda do Paysandu, sacramentada com a derrota de ontem para o Atlético-PR, é mais um golpe para José Arthur Guedes Tourinho, o presidente do time.
O cartola foi um dos pivôs do escândalo da extinta Sudam, que presidiu. O órgão foi acusado pelo Ministério Público de um desvio de R$ 132 milhões. Tourinho, aliado do deputado federal Jader Barbalho, chegou a ser preso.
Tanto Estevão como Tourinho já tiveram problemas sérios com a Justiça desportiva por declarações intempestivas.
Bem mais discreto é Ricardo Guimarães, presidente Atlético-MG e do Banco BMG, uma das instituições que emprestaram dinheiro para o publicitário Marcos Valério de Souza, o operador do suposto "mensalão".
O cartola havia anunciado que sua gestão no clube seria encurtada em um ano antes mesmo de o time cair, mas voltou atrás. O Atlético-MG até ensaiou uma reação com três vitórias seguidas, mas o empate em casa ontem, contra o Vasco, colocou o primeiro campeão nacional na Série B, o que nunca havia acontecido.
Entre os três clubes que lutam para não se juntarem aos três rebaixados ontem, estão cartolas que também tiveram problemas fora de campo.
O Coritiba, que não depende só de seu resultado para escapar, é comandado por Giovani Gionédis, que presidiu o conselho do Banestado, banco paranaense que foi alvo de uma CPI em Brasília.
O São Caetano, que precisa de um empate contra o Cruzeiro para não depender de outros placares, tem Nairo Ferreira de Souza como presidente. Ele foi indiciado por homicídio doloso pela morte em campo do zagueiro Serginho no ano passado.
A Ponte Preta, que recebe o desanimado Brasiliense na rodada derradeira, é o outro clube que ainda pode cair à Série B.
Com o cenário final que o rebaixamento pode ter, o Brasileiro da primeira divisão no próximo ano não terá alguns de seus mais importantes clássicos estaduais.
Na lista, Atlético-PR x Coritiba, Guarani x Ponte Preta e Atlético-MG x Cruzeiro.

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