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FUTEBOL
Rebaixados à Série B, Atlético-MG, Brasiliense e Paysandu são comandados por dirigentes envolvidos em escândalos
Cartolas enrolados desabam no Nacional
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Três cartolas envolvidos em escândalos nacionais sofreram ontem a dor do rebaixamento.
Brasiliense, Paysandu e Atlético-MG, os três primeiros times
condenados à segunda divisão,
são comandados por dirigentes
que já foram presos, nos dois primeiros casos, e por um banqueiro
cuja instituição está no centro do
escândalo do "mensalão".
Com a derrota em casa para o
Figueirense, o time da capital, que
tem os ex-corintianos Vampeta e
Marcelinho como principais estrelas, caiu logo na sua primeira
temporada na elite.
O clube é propriedade do ex-senador Luiz Estevão, cassado em
2000 por quebra do decoro parlamentar. Ele é acusado ainda de
um milionário desvio de verbas
públicas.
A queda do Paysandu, sacramentada com a derrota de ontem
para o Atlético-PR, é mais um golpe para José Arthur Guedes Tourinho, o presidente do time.
O cartola foi um dos pivôs do
escândalo da extinta Sudam, que
presidiu. O órgão foi acusado pelo
Ministério Público de um desvio
de R$ 132 milhões. Tourinho, aliado do deputado federal Jader Barbalho, chegou a ser preso.
Tanto Estevão como Tourinho
já tiveram problemas sérios com a
Justiça desportiva por declarações
intempestivas.
Bem mais discreto é Ricardo
Guimarães, presidente Atlético-MG e do Banco BMG, uma das
instituições que emprestaram dinheiro para o publicitário Marcos
Valério de Souza, o operador do
suposto "mensalão".
O cartola havia anunciado que
sua gestão no clube seria encurtada em um ano antes mesmo de o
time cair, mas voltou atrás. O
Atlético-MG até ensaiou uma reação com três vitórias seguidas,
mas o empate em casa ontem,
contra o Vasco, colocou o primeiro campeão nacional na Série B, o
que nunca havia acontecido.
Entre os três clubes que lutam
para não se juntarem aos três rebaixados ontem, estão cartolas
que também tiveram problemas
fora de campo.
O Coritiba, que não depende só
de seu resultado para escapar, é
comandado por Giovani Gionédis, que presidiu o conselho do
Banestado, banco paranaense que
foi alvo de uma CPI em Brasília.
O São Caetano, que precisa de
um empate contra o Cruzeiro para não depender de outros placares, tem Nairo Ferreira de Souza
como presidente. Ele foi indiciado
por homicídio doloso pela morte
em campo do zagueiro Serginho
no ano passado.
A Ponte Preta, que recebe o desanimado Brasiliense na rodada
derradeira, é o outro clube que
ainda pode cair à Série B.
Com o cenário final que o rebaixamento pode ter, o Brasileiro da
primeira divisão no próximo ano
não terá alguns de seus mais importantes clássicos estaduais.
Na lista, Atlético-PR x Coritiba,
Guarani x Ponte Preta e Atlético-MG x Cruzeiro.
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