MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O Santos bateu ontem o Botafogo e reencontrou o caminho da vitória após seis partidas. Só que a estréia de Serginho Chulapa no comando do time acabou ofuscada pela arbitragem. Não pela atuação do juiz Giulliano Bozzano, que comandou o duelo, mas sim por uma atitude inusitada do quarto árbitro, Romildo Corrêa.
Na metade do segundo tempo, ele deixou seu posto. Seguiu em direção a Bozzano e o abraçou. Cumprimentou alguns jogadores e tirou o uniforme. Por baixo, vestia uma camiseta com a inscrição "Romildo, Inocente mas Punido". E deixou o gramado.
"Não fiz nada e fui punido pela CBF. Estou enojado, desmotivado e abandono minha carreira a partir de agora", afirmou Corrêa.
O juiz foi citado nas investigações do Ministério Público sobre o escândalo de arbitragem no Nacional. Em depoimento, Corrêa afirmou à Polícia Federal que sofreu tentativa de aliciamento por parte de empresários que pretendiam fraudar resultados. Ele também reconheceu que freqüentava casas de jogos, mas negou envolvimento no esquema.
A cena incomum não tirou a concentração do Santos, que venceu por 2 a 1, com gols de Geílson, aos 12min da etapa inicial, e Rogério, no sexto minuto do segundo tempo. Aos 47min, o Botafogo descontou, com Ruy.
Só que nem o placar nem a presença de Serginho Chulapa no banco de reservas frearam o ímpeto da torcida na Vila Belmiro.
Além de faixas e músicas falando de "vergonha", os atletas saíram do campo para o intervalo debaixo de uma chuva de ovos que foi arremessada das arquibancadas. O único aplaudido pelos torcedores foi Geílson.
Antes de a partida começar, os torcedores que estavam sentados embaixo do placar eletrônico -onde normalmente fica a Torcida Jovem- mostraram faixas com os dizeres: "Lugar de mercenário não é no Santos", "Marcelo Teixeira desmanchou o time e só trouxe tranqueira" e "Vendido tem que apanhar na cara".

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