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FUTEBOL
Del Nero diz que os clubes estão satisfeitos e que só baixa o ingresso de R$ 20 se atletas concordarem em ganhar menos
Para FPF, chuva, não preço, afasta torcida
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A Federação Paulista de Futebol
achou o culpado pela fraca média
de torcedores nas primeiras rodadas do Estadual-04: são Pedro.
Para o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, o fiasco de público no Paulista deve-se à chuva
que atingiu o Estado nos últimos
dias, e não ao preço de R$ 20 para
a arquibancada, motivo de protesto que reuniu torcidas e atletas
de Corinthians e Palmeiras.
"Você viu como está chovendo?
O torcedor não se anima a ir com
chuva. Quando o tempo melhorar, o público volta", disse Del Nero, ontem, ao ser questionado pela Folha sobre a baixa média de
público - 5.865 na primeira rodada e 4.600 na do fim de semana.
No Brasileiro, a média ficou na
casa dos 13 mil pagantes por jogo.
Dos dez jogos do Paulista entre
sábado e domingo, metade não
atraiu mais de 600 pessoas. União
Barbarense x América, por exemplo, reuniu só 266 testemunhas.
Paulista x Ituano foi pior, 250.
Nem os grandes animaram suas
torcidas. O Corinthians, dono dos
dois maiores públicos do torneio
sem contar a rodada de ontem, levou 7.510 torcedores ao Pacaembu no jogo contra o Rio Branco.
O confronto que mais atraiu fãs
até aqui foi o de abertura do Paulista, no último dia 21, entre o estreante Sorocaba e o Corinthians
(12.500). Detalhe: o jogo foi disputado sob chuva do começo ao fim.
Ontem, Del Nero disse que "não
há hipótese" de o preço do ingresso baixar. "As pessoas podem reclamar, mas os clubes estão satisfeitos. A FPF não ganha um tostão
da renda. O que é arrecadado fica
com eles. Ainda não recebi reclamação deles, pelo contrário."
Sobre o protesto de atletas do
Corinthians e do Palmeiras, que
disseram que o futebol não pode
ser elitizado, Del Nero ironizou.
"O pessoal [atletas] quer salário
em dia e quer preço menor. O fato
é que tem dado renda. Os clubes
têm levado dinheiro. Não é o esperado, mas pelo menos não é negativo, é mais que o Brasileiro. Os
times podem pensar em baixar o
ingresso. Mas aí o salário do jogador vai ter que baixar também."
Ele disse que não pretende punir os atletas que reclamaram da
FPF, prática comum quando o
Paulista era dirigido por Eduardo
José Farah. "Cada um pode expressar seu pensamento, desde
que não seja de modo ofensivo."
Segundo a Folha apurou, nenhum cartola dos grandes clubes
encampará o protesto. Ontem, as
manifestações foram no São Paulo. Luis Fabiano se colocou à disposição para ajudar corintianos e
palmeirenses. "Acho que esse
preço para o ingresso não ajuda.
Se houver um movimento sério,
estou dentro", disse o atleta, que
anunciou acordo para ser garoto-propaganda da Pênalti. Já o presidente Marcelo Portugal Gouvêa
foi taxativo. "Jogador tem que jogar. O São Paulo está satisfeito."
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