São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL

Reunião da International Board ontem põe fim aos dois sistemas de desempate e resgata as antigas prorrogações

"Gol de ouro" e "gol de prata" são anulados

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A reunião de ontem da International Board selou o fim do ""gol de ouro", popularmente chamado de ""morte súbita", e também do ""gol de prata", sistema de desempate de jogos decisivos que está na moda na Europa.
A Fifa, máxima entidade do futebol, não conseguiu um de seus principais objetivos na reunião em Londres. Ela defendia o aumento de 15 para 20 minutos no intervalo dos jogos. A proposta foi rechaçada pela entidade que regulamenta o esporte.
Para uma regra ser mudada no futebol é preciso que seis dos oito envolvidos na reunião da International Board aprovem a alteração. São quatro representantes da Fifa e quatro membros das federações britânicas (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte).
""É importante ter um simples método de determinar o vencedor da partida. Havia preocupação em termos um "gol de ouro", um "gol de prata". Já estávamos indo para um "gol de bronze". Tínhamos que mudar isso para o bom entendimento dos jogadores, dos técnicos e do público em geral", disse David Taylor, representante da federação escocesa.
O ""gol de ouro" passou a fazer parte do futebol para valer em 1996, quando a Alemanha venceu a República Tcheca por 2 a 1 na decisão da Eurocopa. Nas duas últimas Copas essa regra vigorou.
A Folha revelou no dia 17 de fevereiro que a Copa de 2006 não teria ""morte súbita". O Brasil foi grande vítima dela, pois foi eliminado com ""gol de ouro" dos Jogos Olímpicos de 1996 e 2000.
Curiosamente, os alemães, anfitriões do próximo Mundial, são apontados como os mentores da ""morte súbita" -nos anos 30, alemães já usaram essa regra.
Os alemães fizeram nas semifinais das Copa de 1970 e 1982 duas das prorrogações mais dramáticas da história quando a regra previa dois tempos obrigatórios de 15 minutos no tempo extra.
As mudanças aprovadas ontem entrarão em vigor no dia 1º de julho deste ano. A Eurocopa deste ano, em Portugal, ainda será jogada com as antigas normas.
A federação inglesa havia sugerido a mais inovadora proposta: o recuo da barreira em 9,15 m quando uma cobrança de falta fosse, por exemplo, atrapalhada por um próprio membro da barreira. Foi definido ontem que o recuo da barreira precisará ser testado durante mais um ano.
Os ingleses, que já vêm testando essa inovação em torneios amadores e de pouca relevância, darão prosseguimento assim aos experimentos esperando pela aprovação da mudança em 2005.
A partir do segundo semestre deste ano, os jogadores não poderão mais comemorar seus gols tirando as camisas. Essa medida visa evitar exageros dos atletas, que repetiam cada vez mais o gesto e não mostravam o nome dos patrocinadores na hora do gol.
Nesse ponto, foi um retrocesso nas regras do futebol, pois no passado já havia a proibição para a retirada da camisa na celebração do gol. O atleta que cometer essa infração, deverá ser punido com cartão amarelo pelo árbitro.
Outra alteração que foi aprovada nas regras é o limite de jogadores que podem ser substituídos em partidas amistosas. A Fifa havia sugerido que o limite fosse de cinco jogadores, mas o limite aprovado foi de seis. A medida visa acabar com a prática de alguns treinadores de mudarem totalmente seu time do primeiro para o segundo tempo em amistosos.


Com agências internacionais


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