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FUTEBOL
Argentina e outros países já pagam pela Copa
Pay-per-view reina
na América do Sul
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
As eliminatórias para a Copa do
Mundo de 2002 marcam uma nova era nas transmissões de TV no
continente. Pela primeira vez, os
canais de TV paga e o sistema
pay-per-view (""pague para ver")
dominam a competição.
A questão, que gera polêmica
agora na América do Sul, já aponta para o Mundial de 2002, pois a
Fifa deu fim ainda no ano passado
ao monopólio das TVs abertas em
sua principal competição -todos os países só terão imagens facilitadas da cerimônia de abertura, das semifinais, da final e dos
jogos de suas seleções na Copa.
Na Argentina, no Uruguai e na
Bolívia estão ocorrendo grandes
protestos contra a ""privatização"
dos jogos das seleções nacionais.
Hoje, pela primeira vez na história, os argentinos terão que pagar para assistir a uma partida de
sua seleção. Só verá o jogo Argentina x Chile no país quem é assinante de TV paga -os assinantes
de Buenos Aires e cercanias da capital terão que pagar uma quantia
a mais para ver a partida.
A Torneos y Competencias adquiriu os direitos sobre os jogos
da Argentina, e as transmissões
ao vivo para o país serão exclusividade no canal 13. O canal 7, estatal, só irá retransmitir a partida
uma hora após o início do jogo.
O Chile, adversário da Argentina, enfrenta o mesmo problema.
Os torcedores do país ainda não
sabem se receberão imagens do
jogo em alguma TV aberta.
No Uruguai, a discussão sobre
as transmissões já chegou à Justiça. Gustavo Penadés, deputado
do país, defende um projeto de lei
que garanta a transmissão dos jogos da seleção uruguaia na TV estatal do país -ele alega que os jogos são de ""interesse público".
O duelo Uruguai x Bolívia, por
enquanto, está somente ao alcance dos assinantes do canal 20, que
utiliza um sistema de pay-per-view chamado ""Ppremium".
O canal PSN, que comprou os
direitos de transmissão da empresa Tenfield, anunciou que não serão liberadas imagens para Montevidéu, cidade onde acontece o
jogo e que conta com quase a metade da população uruguaia.
Na Bolívia, as eliminatórias deverão ser acompanhadas em
grande parte pelo rádio. Os jogos
da seleção boliviana serão transmitidos por canal pago, que conta
com apenas 10 mil assinantes no
país -1 em cada 100 bolivianos
deverá ver o jogo ao vivo.
Nos jogos em casa, os bolivianos poderão ter acesso às transmissões da PAT (Periodistas Asociados de Televisión), canal aberto -em La Paz, as imagens só deverão ser liberadas se todos os ingressos forem vendidos.
Alguns países conseguiram superar, pelo menos temporariamente, o problema.
No Peru, o público poderá ver o
jogo de sua seleção na TV aberta
porque a Telefonica, que comprou os direitos de transmissão
dos jogos da equipe, revendeu os
direitos para os canais 4, 5 e 7 do
país, como estava previsto no
contrato firmado entre a federação peruana e a Telefonica.
Brasil
Os brasileiros terão acesso facilitado, pelo menos por enquanto,
aos jogos da seleção nas eliminatórias e também na Copa.
A Globo comprou diretamente
da ISL, empresa de marketing suíça ligada à Fifa, os direitos de
transmissão do Mundial -antes,
a ISL negociava os direitos com a
OTI (Organização de Televisão
Ibero-Americana), que repassava
os direitos às televisões do país.
O grupo alemão Prisma Kirsch
pagou US$ 1,25 bilhão à Fifa pelos
direitos da Copa de 2002.
Com agências internacionais
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