EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro começa hoje com 24 clubes e traz como principal novidade o fim dos mata-matas, sistema de disputa usado em 30 das 32 edições -em 1971 houve um triangular e em 1973 um quadrangular. Para banir a antiga fórmula, a CBF e o Clube dos 13 correm até o risco de definir o campeão em um sorteio.
Pela primeira vez, o Nacional seguirá o que os europeus sabem de cor: todos se enfrentam em dois turnos e quem somar mais pontos ergue a taça.
Mas, ao contrário das principais ligas européias, o principal campeonato do país não terá um jogo extra caso dois times terminem com o mesmo número de pontos.
O problema é que, mais uma vez, os dirigentes se enrolaram ao definir os critérios de desempate do torneio, o que poderia gerar confusão semelhante à da série final do Paulista deste ano (Corinthians x São Paulo), quando houve uma disputa de bastidores entre as equipes -elas lutavam pelo direito de ter a vantagem em caso de igualdade nos dois jogos decisivos- por causa do imbróglio criado em torno do regulamento.
Ao final do Nacional, havendo igualdade entre duas ou mais equipes, seria declarada campeã a que tivesse mais vitórias. Persistindo o empate, os critérios seguintes seriam saldo de gols, maior número de gols marcados, confronto direto (só em caso de dois times) e, por fim, o sorteio.
Além da possibilidade de ter seu vencedor definido na moedinha, o texto original do regulamento não esclarecia como seria o desempate pelo confronto direto.
Preocupados em evitar um imbróglio, o Clube dos 13, questionado pela Folha sobre a omissão no regulamento, e a CBF fizeram um reparo às pressas.
Ontem à tarde, a confederação baixou uma RDI (Resolução de Diretoria) determinando que, se houver a necessidade de desempate no confronto direto, levará a melhor o time que tiver o maior saldo de gols nos dois jogos.
Mantido o empate, será declarado o vencedor quem tiver mais gols no campo do rival. Mas em caso de nova igualdade o campeão será definido em sorteio.
"Para que não haja dúvidas, estou expedindo aos clubes hoje [ontem" três ofícios. O primeiro diz que o confronto direto significa a soma dos resultados nos dois jogos. O segundo explica que não há proibição em relação à possibilidade de o jogador trocar de clube durante o torneio. O terceiro diz que o atleta só poderá fazer isso uma única vez no torneio", disse o diretor do departamento técnico da CBF, Virgílio Elísio.
O presidente do C13, Fábio Koff, ficou aliviado com a nova determinação da CBF. "No meu modo de entender todo critério técnico deve prevalecer sobre o sorteio."
O dirigente, entretanto, concorda que há "algumas imperfeições" no regulamento do campeonato e que irá propor o jogo extra para a edição de 2004.