São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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Serra obedece à CBF, que atende a SP pela metade

Paulistas ouvem de Ricardo Teixeira que só podem ter um estádio na Copa-14

Em reunião, governador aceita ingerência de cartola e da Fifa sobre como Estado participará da candidatura brasileira para o Mundial


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Em sua visita a São Paulo, Ricardo Teixeira ouviu o que queria. Para participar do projeto da Copa-14, o governo do Estado fará o que o presidente da CBF achar melhor.
Porém os paulistas não ouviram o que esperavam. Não terão dois estádios nos planos.
Depois de receber o cartola no Palácio dos Bandeirantes, o governador José Serra deixou claro que seguirá à risca as determinações de Teixeira.
Ao ser questionado sobre se o Estado pode investir na construção de um estádio, ele respondeu: "A decisão não é nossa, é da CBF, com a Fifa".
Desde que iniciou o projeto, Ricardo Teixeira faz questão de controlá-lo sem interferências, o que preocupa o Ministério do Esporte e alguns deputados federais. Inclusive tucanos, como Serra. É o caso de Sílvio Torres, que sugeriu na Câmara uma comissão para acompanhar até as reuniões sobre o tema.
A resposta do governador é um resumo do que ocorreu na reunião, que contou com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, e os titulares das pastas de Esporte do Estado (Claury Santos Alves da Silva) e do município (Walter Feldman).
Os paulistas apresentarão dois projetos de estádio para a CBF, um só como reserva. Se a entidade aprovar, repassará à Fifa, entidade da qual Teixeira é um dos mais influentes membros do Comitê Executivo. A Fifa dará a palavra final.
Pela orientação de Teixeira, a arena será sairá com dinheiro privado. O Estado e a prefeitura entram com o terreno e a infra-estrutura no entorno.
O primeiro resultado da reunião foi a desistência do Município de emplacar o Pacaembu. "Se só um estádio pode entrar, não há como ser o Pacaembu", afirmou Feldman. Mesmo assim, ele diz que será tocado um projeto de revitalização.
Teixeira acenou com a chance de o Estado receber a abertura ou a final -o Brasil deve ser indicado pela Fifa como país-sede em novembro deste ano.
"Para isso, precisamos de um estádio com pelo menos 65 mil lugares. Hoje, só há o Morumbi, ele é a minha prioridade", disse o presidente da FPF.
Mas, como a decisão cabe à CBF e à Fifa, as chances são-paulinas são remotas. "Vou repetir o que sempre digo. Hoje, nenhum estádio do Brasil tem condições de receber um jogo de Copa do Mundo", afirmou o cartola da CBF, que vive às turras com os do São Paulo, ao ser perguntado sobre o Morumbi.
Orientado por Teixeira, o governador do Estado, que recebeu ontem quatro cadernos de exigências, montará uma comissão para estudar o tema.
Em dez dias, deverá receber um questionário da Fifa. No dia 31, terá de entregar seu material à CBF. No papel, não falta candidato para o projeto. Entre eles Corinthians, Santos (com um estádio em Diadema), Palmeiras, Barueri e Guarulhos.


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