Com 70 jogos pelo Palmeiras, chileno nunca disputou fase decisiva com clube que o trouxe do Chile

Com possibilidade de deixar o time após fim do Paulista rumo à Europa, meia diz estar vivendo momento especial nesta temporada

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras tenta garantir a vaga nas semifinais do Paulista, hoje, às 16h, contra o São Caetano, com um "setentão". O meia Valdivia completa seu 70º jogo pelo clube justamente no primeiro grande momento decisivo com a camisa alviverde.
"É uma marca significativa. Quando cheguei, encontrei algumas dificuldades. Mas sempre batalhei muito porque tinha consciência de que conseguiria vencer aqui", falou o atleta, contratado pela equipe ao Colo Colo em agosto de 2006.
Apesar de já ter consolidado o papel de xodó da torcida, o camisa 10 nunca esteve envolvido em alguma fase final de campeonato pelo Palmeiras.
Foram quatro competições em que o jogador naufragou com os companheiros.
Talvez por isso o próprio ainda rejeite o rótulo de ídolo no clube. "Não me considero ídolo, ainda. É com títulos que eu vou ficar marcado no Palmeiras."
Em seu primeiro campeonato com o time, o Brasileiro-06, viu a equipe terminar o torneio na perigosa 16ª colocação, à beira do grupo dos quatro rebaixados para a segunda divisão. Jogou 15 vezes, sendo que começou apenas em seis duelos. Não marcou nenhum gol.
Sob o comando de Caio Júnior, no ano seguinte, o atleta finalmente explodiu. Mesmo com a grande quantidade de cartões que invariavelmente o tiravam dos jogos -desfalcou a equipe na reta final do Nacional-, foi eleito um dos melhores do Brasileiro.
Os dez tentos feitos em 38 jogos, porém, não resultaram em vôos mais altos do time.
Logo no Estadual, caiu com o Palmeiras ainda na fase de classificação. O quinto lugar tirou a equipe das semifinais.
Depois, veio o fiasco pela Copa do Brasil. Eliminado na segunda fase, em casa, pelo Ipatinga-MG, Valdivia viu o primeiro grande projeto da diretoria para aquele ano ruir.
No segundo semestre, enquanto o sonho do título brasileiro ia ficando mais distante com os seguidos tropeços da equipe em seus domínios, surgiram os primeiros rumores sobre uma possível negociação de Valdivia, 24, com a Europa.
Sem nem sequer obter uma vaga para a Libertadores -o Palmeiras ficou em sétimo lugar-, o chileno terminou a temporada como a grande estrela de um time sem brilho.
A mudança na comissão técnica com a chegada de Vanderlei Luxemburgo trouxe fôlego novo ao Palmeiras, atual vice-líder do Paulista com os mesmos 34 pontos do Guaratinguetá -o time do interior leva vantagem por uma vitória a mais (11 a 10). E deu motivação extra ao chileno. Em 2008, Valdivia disputou 16 partidas. Já anotou seis vezes.
Espécie de talismã do time, sempre que deixou sua marca nas redes adversárias, o Palmeiras saiu vitorioso de campo -isso já aconteceu 15 vezes.
Hoje, Valdivia tentará repetir a dose com casa cheia. Até ontem à tarde, 22 mil ingressos, de um total de 27 mil, já haviam sido vendidos.
"Meu objetivo é chegar aos 100 jogos no clube. Vou fazer de tudo para chegar lá", disse. Em evidência, dificilmente, porém, ele terá tempo de cumprir a meta. Já é dada como certa sua saída no meio do ano, principalmente se o Palmeiras for campeão estadual.


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