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Corinthians agora refuta ajuda fácil
Sob efeitos pós-MSI, clube recebe propostas de parcerias, mas as rejeita e planeja auto-investimento
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
As feridas deixadas pela parceria com a MSI ainda têm efeitos no Corinthians. Alvo de cobiça de investidores interessados em colocar dinheiro para
contratações e lucrar depois
com a venda de atletas, o clube
tem refutado propostas para
firmar uma nova parceria.
"Já houve a procura de pessoas interessadas em fazer algum tipo de parceria, mas a ordem que eu tenho do presidente é a de dizer que o Corinthians não tem interesse e que
o clube tem de caminhar pelas
próprias pernas", conta o diretor técnico Antônio Carlos, responsável por canalizar as propostas que têm chegado ao clube. "Não chegam a toda hora,
mas elas aparecem", diz.
O grande motivo para essa
resistência a até estudar a entrada de novos investidores é a
seqüela -financeira e institucional- deixada pela fracassada associação com a MSI.
"Você sabe que hoje no Corinthians seria muito difícil fazer uma parceria. Teria de ser
uma proposta muito boa, com
pessoas transparentes e de reputação inabalável", afirma
Mário Gobbi, vice-presidente
de futebol, que ao assumir o
cargo chegou a declarar que a
origem do dinheiro de um investidor não é importante.
Há também, segundo o vice-presidente de marketing, o fator econômico. Na ponta do lápis, diz Luis Paulo Rosenberg,
não há tantas vantagens em receber dinheiro de recursos de
fora clube para fabricar bons
jogadores ou comprar jovens
atletas com potencial.
Ao assumir, a atual diretoria
até tinha interesse em implantar um sistema de injeção de dinheiro no futebol semelhante
ao que o Palmeiras adotou, com
o apoio financeiro da Traffic,
no Parque Antarctica. Chegou a
batizar a idéia de "incubadora
de atletas", que foi abandonada.
"Durante a campanha do Andres defendi o Corinthians S/A
só para fabricar jogadores
usando o dinheiro de terceiros", relembra o vice de marketing corintiano. "Mas, quando
você faz um esquema como a
Traffic fez no Palmeiras, você
rapidamente monta uma equipe com bons jogadores, mas isso não é seu", diz Rosenberg.
Em vez disso, a intenção da
diretoria do Corinthians é fazer
um auto-investimento, para
aumentar a capacidade de revelar atletas, e apostar no poder
do time como vitrine para outros mercados da bola.
Há um projeto em estudo para que parte do dinheiro obtido
com as ações de marketing retorne como verba para contratações e revelação de jovens jogadores com potencial. A idéia
é aumentar o investimento nas
categorias de base, com melhorias na infra-estrutura e na
contratação de profissionais
que possam garimpar melhor
jovens talentos.
Para defender o investimento próprio, Rosenberg exemplifica que, se o clube quisesse dobrar a produção de atletas, de
100 para 200 por ano, precisaria investir R$ 6 milhões (com a
construção de mais um CT e
contratação de profissionais).
Para manter o empreendimento, gastaria R$ 250 mil mensais.
"Projetei que a taxa de retorno
sobre o capital investido. Seria
de 50% ao ano", diz Rosenberg.
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