São Paulo, terça-feira, 29 de março de 2011

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FOCO

Regulamento raro originou o 1º gol de goleiro do São Paulo

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Julho de 1995. O jogo era válido pelo Torneio Rei Dadá, em Minas Gerais. O São Paulo empatava com o Uberlândia por 1 a 1 quando, no segundo tempo, foi marcado pênalti a favor dos visitantes.
Pelo regulamento, o cobrador teria que ser o goleiro. E ele foi, bateu de pé direito, rasteiro, no canto esquerdo do rival. Foi o primeiro gol de goleiro da história do São Paulo. Mas não de Rogério.
Quem marcou foi Moscatto, então com 22 anos, que vestia a camisa 1 do "Expressinho", dirigido à época pelo técnico Muricy Ramalho.
"Eu não esqueço. Eu fui bater rindo, pensei: "Os caras podiam ao menos ter lido o regulamento e me avisado, daí eu poderia treinar".", declara Moscatto, que ficou no São Paulo por seis meses.
O fato de se dirigir à bola gargalhando rendeu cobranças de colegas de time. "Até o Toninho, que é o irmão do Sidney [outro ex-jogador do São Paulo], me deu uma dura: "Pô, isso aí é sério, não é brincadeira, não".", lembra o ex-goleiro são-paulino.
José Augusto Buoro Moscatto foi contratado pelo São Paulo no começo de 1995.
Na época, o time estava com dificuldade de renovar o contrato de Zetti. E Moscatto seria o terceiro goleiro, depois de Zetti e Rogério.
"Para mim, era um barato treinar com eles, principalmente com o Zetti. O Rogério ainda estava começando."
O ex-arqueiro diz que o atual titular são-paulino ainda não treinava cobranças de falta ou pênalti. "Mas se via que o Rogério já estava jogando mais do que o Zetti."
"As pessoas se esquecem de falar do quanto ele pega, mas um goleiro fazer cem gols é um absurdo. Isso é comparável com os mil gols de Pelé", afirma Moscatto.
Depois de deixar o São Paulo, Moscatto foi jogar no XV de Piracicaba, onde também ficou pouco tempo. Formado em administração, deixou o futebol aos 23 anos e foi trabalhar na loja da família, de móveis, instrumentos musicais e artigos infantis em Jaú (287 km de São Paulo).
Atualmente, Moscatto joga futebol em sua chácara, mas com "um pessoal mais velho e com gol pequeno". "Às vezes, dá vontade de jogar no gol, mas logo passa."


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