São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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FUTEBOL

Corinthians vira jogo após expulsão de rival e vai à final do Rio-São Paulo

Vitória no cartão e na bola

Juca Varella/Folha Imagem
Leandro (esq.) comemora com Deivid e Gil seu primeiro gol desde 4 de março, empatando o jogo com o São Caetano e iniciando a virada do Corinthians no Morumbi


DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians ganhou do São Caetano na bola, mas, como o São Paulo, seu adversário na final do Torneio Rio-SP, também foi ajudado pelos cartões.
Ontem à tarde, no estádio do Morumbi, o time do técnico Carlos Alberto Parreira bateu a equipe de Jair Picerni por 3 a 1 e se credenciou para a decisão com os são-paulinos, mas a vitória só foi construída e consumada depois que o árbitro Paulo César de Oliveira expulsou o atacante Wágner, do São Caetano, no final do primeiro tempo.
Até ali, o time do ABC vencia por 1 a 0 e era melhor no jogo. Na segunda etapa, com um a menos, o São Caetano se descontrolou e foi dominado pelo Corinthians, que virou com facilidade -dois gols de Leandro e um de Rogério- e poderia ter ampliado.
A força que os cartões deram ao São Paulo, porém, foi bem maior. O outro finalista do torneio regional empatou os dois jogos semifinais com o Palmeiras, o segundo anteontem, em 2 a 2, e foi beneficiado por um esdrúxulo item do regulamento que utiliza o número de cartões vermelhos e amarelos como critério de desempate.
Assim, de nada adiantou ao Palmeiras ter sido melhor que o time de Morumbi na primeira fase. Na semifinal, foi eliminado porque levou sete amarelos contra quatro dos são-paulinos, que terminaram a primeira fase em terceiro lugar e foram os mais indisciplinados entre os quatro primeiros.
A aberração criada por Eduardo Farah, presidente da Liga Rio-São Paulo, tornou a equipe do Morumbi a primeira da história do futebol nacional a se classificar para uma final graças a cartões.
A decisão vai opor dois times em situações distintas. Em crise e prestes a perder seu técnico, Nelsinho Baptista, que se antecipou a uma iminente demissão da nova diretoria e já avisou que deixa o clube ao final dos torneios em curso, o São Paulo não consegue vencer um clássico há um ano.
Além disso, não terá na decisão o atacante França, artilheiro do Rio-SP, machucado.
O Corinthians, que já derrotou o rival na fase de classificação e na primeira semifinal da Copa do Brasil, vive um período de tranquilidade e tem o técnico mais "garantido" e badalado do país.
Com Parreira, o time só perdeu três vezes em 2002 e volta a disputar uma decisão após quase um ano -a última foi em junho passado, uma derrota para o Grêmio na Copa do Brasil.
A final, que começa no domingo que vem, vai dar sequência a uma overdose de Corinthians x São Paulo. Os arqui-rivais, que já se enfrentaram duas vezes este ano, podem jogar entre si mais seis vezes até julho, totalizando oito confrontos em seis meses.
Ao menos mais quatro clássicos entre os dois estão garantidos: dois pelas finais do Rio-SP, um pela segunda semifinal da Copa do Brasil e outro pelo quadrangular final do Campeonato Paulista.
Além destes, mais dois confrontos podem acontecer, pela Copa dos Campeões.


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