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FUTEBOL
Atrito entre técnico e diretoria teria motivado equipe no interestadual
Técnico e dirigente do São Paulo se "orgulham" da crise
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o São Paulo assegurar vaga na final do Rio-SP, a crise enfrentada pelo time na semana
passada virou motivo de orgulho
para o técnico Nelsinho Baptista e
o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Os dois alegaram ter dado as declarações que geraram o atrito entre eles com o objetivo de motivar
a equipe na busca de vagas nas decisões do Rio-SP e da Copa do
Brasil, na qual o time enfrentará o
Corinthians, quarta-feira, no Morumbi, pelas semifinais.
O desentendimento entre os
dois começou depois que o dirigente afirmou em sua posse que
nem a conquista dos dois títulos
seria uma garantia de permanência no clube a Nelsinho.
Depois, ele criticou os jogadores, dizendo que alguns deles pareciam estar "anestesiados" na
derrota para o Corinthians, por 2
a 0, na última quarta-feira.
Irritado, Nelsinho se antecipou
aos dirigentes e, um dia após o jogo diante dos corintianos, afirmou não querer mais ficar no clube após as duas competições.
Anteontem, depois de assegurar
vaga na final por seu time ter tomado menos cartões que o Palmeiras nos dois empates nas semifinais, Nelsinho deixou claro
que a sua reação foi estudada.
"Fiz aquilo porque o grupo precisava sentir que tinha um comandante. As coisas estavam
acontecendo, e ninguém reagia.
Eu não estava aguentando e dei o
meu grito", afirmou o treinador.
Em sua opinião, o episódio motivou os jogadores, que saíram em
sua defesa e usaram a classificação como uma resposta às críticas. "Senti o grupo mais forte depois da minha declaração", disse.
O diretor de futebol disse que
"todo o processo foi elaborado
para motivar e classificar" o time.
Segundo ele, o São Paulo entrou
em campo "mordido" para decidir a vaga com o Palmeiras.
Ao comemorar a classificação à
final, Nelsinho evitou fazer críticas aos dirigentes e chegou até a
admitir a possibilidade de mudar
de idéia em relação a decisão de
deixar o clube. "Vamos rever essa
situação, mas não é hora de falarmos sobre esse assunto."
Apesar de o técnico deixar o caminho aberto para renovar o contrato, os dirigentes não mudaram
de idéia em relação à sua saída,
após o clube encerrar a sua participação nos dois torneios.
O plano de mudar a comissão
técnica ficou claro durante a campanha de Marcelo Portugal Gouvêa, novo presidente do clube.
A idéia é que o novo treinador
assuma o time já na fase final do
Paulista, ainda no primeiro semestre. Oswaldo de Oliveira, demitido pelo Fluminense, é o preferido do diretor de futebol.
Alguns conselheiros defendem
a contratação de Wanderley Luxemburgo, que pode deixar o Palmeiras nesta semana.
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