São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

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FUTEBOL

Atrito entre técnico e diretoria teria motivado equipe no interestadual

Técnico e dirigente do São Paulo se "orgulham" da crise

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o São Paulo assegurar vaga na final do Rio-SP, a crise enfrentada pelo time na semana passada virou motivo de orgulho para o técnico Nelsinho Baptista e o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva.
Os dois alegaram ter dado as declarações que geraram o atrito entre eles com o objetivo de motivar a equipe na busca de vagas nas decisões do Rio-SP e da Copa do Brasil, na qual o time enfrentará o Corinthians, quarta-feira, no Morumbi, pelas semifinais.
O desentendimento entre os dois começou depois que o dirigente afirmou em sua posse que nem a conquista dos dois títulos seria uma garantia de permanência no clube a Nelsinho.
Depois, ele criticou os jogadores, dizendo que alguns deles pareciam estar "anestesiados" na derrota para o Corinthians, por 2 a 0, na última quarta-feira.
Irritado, Nelsinho se antecipou aos dirigentes e, um dia após o jogo diante dos corintianos, afirmou não querer mais ficar no clube após as duas competições.
Anteontem, depois de assegurar vaga na final por seu time ter tomado menos cartões que o Palmeiras nos dois empates nas semifinais, Nelsinho deixou claro que a sua reação foi estudada.
"Fiz aquilo porque o grupo precisava sentir que tinha um comandante. As coisas estavam acontecendo, e ninguém reagia. Eu não estava aguentando e dei o meu grito", afirmou o treinador.
Em sua opinião, o episódio motivou os jogadores, que saíram em sua defesa e usaram a classificação como uma resposta às críticas. "Senti o grupo mais forte depois da minha declaração", disse.
O diretor de futebol disse que "todo o processo foi elaborado para motivar e classificar" o time.
Segundo ele, o São Paulo entrou em campo "mordido" para decidir a vaga com o Palmeiras.
Ao comemorar a classificação à final, Nelsinho evitou fazer críticas aos dirigentes e chegou até a admitir a possibilidade de mudar de idéia em relação a decisão de deixar o clube. "Vamos rever essa situação, mas não é hora de falarmos sobre esse assunto."
Apesar de o técnico deixar o caminho aberto para renovar o contrato, os dirigentes não mudaram de idéia em relação à sua saída, após o clube encerrar a sua participação nos dois torneios.
O plano de mudar a comissão técnica ficou claro durante a campanha de Marcelo Portugal Gouvêa, novo presidente do clube.
A idéia é que o novo treinador assuma o time já na fase final do Paulista, ainda no primeiro semestre. Oswaldo de Oliveira, demitido pelo Fluminense, é o preferido do diretor de futebol.
Alguns conselheiros defendem a contratação de Wanderley Luxemburgo, que pode deixar o Palmeiras nesta semana.


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