São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Acuado no primeiro tempo e em desvantagem no placar, time de Parreira vira jogo após expulsão de atacante rival

Corinthians passa de sofrimento a olé

FÁBIO SOARES
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quem viu apenas o segundo tempo do jogo de ontem pode achar que a vitória de 3 a 1 do Corinthians sobre o São Caetano no Rio-SP foi fácil. Mas uma pessoa que viu só o primeiro tempo do jogo dificilmente apostaria na classificação corintiana.
Até o atacante Wágner receber um cartão vermelho, no final da etapa inicial, o time do ABC estava em vantagem no placar (1 a 0) e no número de cartões amarelos.
Como já fizera no primeiro duelo das semifinais, o São Caetano vinha dominando o time corintiano, muito bem armado pelo técnico Carlos Alberto Parreira.
O Corinthians, que tem dado lição em manter a posse de bola, só assistiu nos primeiros 45 minutos o São Caetano controlar a partida.
A equipe de Jair Picerni mostrou tranquilidade no toque de bola. Bem fechado na defesa, trocando passes com inteligência e ameaçando o rival no contra-ataque, o São Caetano fez 1 a 0 e poderia ter ampliado o marcador.
Mesmo na parte disciplinar, o time estava indo muito bem, até o lance infantil de Wagner.
A torcida corintiana chegou a comemorar bastante um cartão amarelo para o adversário, mas, em seguida, o lateral-direito Rogério foi advertido e deixou novamente o São Caetano na frente disciplinarmente.
O Corinthians mostrou pouca velocidade na etapa inicial e pouco incomodou o goleiro Sílvio Luiz. Chutes de longa distância e lances de bola parada eram as opções da equipe corintiana. Do outro lado, os jogadores do São Caetano encontravam facilidade para chegar à área adversária.
Anaílson se movimentava bastante e dificultava a marcação corintiana. Os meio-campistas do vice-campeão brasileiro se apresentavam à frente e também colocavam o rival em dificuldade.
Marcos Senna, um ex-corintiano, teve atuação destacada -foi dele um belo lançamento que resultou no único gol de sua equipe.
Até mesmo o lento atacante Brandão complicou para a defesa corintiana. Ele marcou um belo gol e, se tivesse um pouco mais de eficiência nas conclusões, poderia ter feito pelo menos mais um na primeira etapa -após a expulsão, acabou sendo substituído.
O lateral-esquerdo Kléber, uma das principais armas ofensivas do Corinthians, ficou limitado quase que só à defesa na primeira etapa. O cenário não era nada bom para a equipe de Parreira, mas o jogo seria totalmente diferente no segundo tempo devido à inferioridade numérica do adversário.
O Corinthians partiu para a frente com vontade desde o início. Sem Wágner, que atua pelo setor direito do ataque, Kléber pôde ir à frente com frequência sem muita preocupação. "Tive mais espaço com a expulsão do Wágner", disse o lateral corintiano.
Na primeira vez em que ele foi servido, serviu bem Leandro no meio da área. O jogador, que vivia um longo jejum de gols, marcou sem problemas pela primeira vez no jogo.
Outros destaques da equipe corintiana que não vinham rendendo bem, como o meia Ricardinho, também ficaram mais à vontade em campo e passaram a jogar com tranquilidade.
O São Caetano até que mostrou valentia e criou algumas chances, mas já tinha perdido totalmente o controle do jogo -quando conseguiu chegar ao gol adversário, encontrou também mais uma vez o goleiro Dida inspirado.
O Corinthians, mais que virar o placar, poderia ter aplicado uma goleada, mas seus jogadores, certos da classificação para a final, exageraram no preciosismo e trocaram passes laterais aos gritos de "olé" da torcida. Isso gerou inclusive confusão no fim do jogo.
O meia Renato, que entrou no segundo tempo, foi quem mais irritou os jogadores do São Caetano ao ter passado o pé por cima da bola nos minutos finais. Alguns atletas do time do ABC, em especial Daniel, Marco Aurélio e Somália, entenderam que ele quis menosprezá-los e foram tirar satisfação com o corintiano após o jogo e quase houve briga.
"O São Caetano estava nervoso. Nosso time só estava tocando a bola. Só tentei prendê-la", disse Renato sobre a confusão.


Texto Anterior: Insatisfeito, Luxemburgo deve anunciar saída
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.