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FUTEBOL
Peso leve
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Ontem, a camisa da seleção
não pesou -a não ser para
o adversário! O gol que o atacante
húngaro perdeu sozinho foi ridículo. Acontece...
O que Ronaldinho está jogando
não é brincadeira. Este é um momento histórico -um jogador faz
na seleção brasileira o mesmo que
no clube, na pelada de Natal e no
comercial do patrocinador. Ele se
diverte e liqüida a fatura; dribla e
lança, tabela e finaliza. Joga bem
com a bola e sem ela. É astro e solidário. Sensacional!
Luis Fabiano também foi muito
bem. Em vez de tentar decidir sozinho -tentação fácil para quem
quer provar seu valor-, foi o pivô em várias jogadas excelentes e
fez 3 gols (incluindo o que não valeu). Kaká brilhou, e Juninho Pernambucano também. Edmilson
se atrapalhou algumas vezes, mas
não comprometeu. Não sei como
seria contra um time forte.
Parreira vai pensar que nunca
estamos contentes, mas preferia
que não tivesse mudado tanto o
time. Kaká e Alex seguem se revezando como no "Feitiço de Áquila". Se ao menos Juninho Pernambucano tivesse ficado... Mas
a seleção foi leve como há muito
não era. A Hungria não tem ninguém? A Irlanda, a Jamaica e a
China também não tinham.
Concordo completamente com a
avaliação que PC Vasconcellos
fez de Palmeiras e Botafogo: se jogassem como na Série B, seria
muito melhor! A despeito das piadinhas sobre "futebol de segunda", o Palmeiras fez grandes jogos
em 2003, com qualidades que não
reproduz agora. Seu contra-ataque mortal -com bolas roubadas na intermediária, toques de
primeira, lançamentos precisos e
deslocamentos coletivos- desapareceu. Nesta temporada, o time
desarma menos, carrega mais a
bola, erra passes, finaliza pouco...
Alguns atletas passam por fase
muito ruim, especialmente Lúcio.
Talvez por ser tão vaidoso, esteja
sendo difícil suportar as vaias. Ele
é do tipo que precisa se sentir bem
para jogar bem -com cuidado
para não mascarar. Lúcio sabe jogar futebol: é veloz, dribla bem e
tem um domínio incrível -arredonda qualquer tijolada. Mas nada disso está acontecendo, com
um agravante: Diego Souza, com
quem costumava tabelar, anda
atrapalhado. Pedrinho, que assumiu a camisa que era dele, joga
pouco por aquele lado; parece
não falar a língua do lateral.
Por falar em Diego, o 10 do Santos voltou a apresentar suas qualidades. Mas como é teimoso! Logo após o fracasso pré-olímpico,
ele disse que tinha aprendido e
que mudaria como homem, mas
continuaria sendo o mesmo jogador. Errado! Era bom que voltasse
a ser o jogador de antes, com toques rápidos, inteligentes e desconcertantes. Não o Diego que
carrega a bola, perde e cai (o problema nem é cair -é difícil resistir a alguns trancos, e ele tomou
muitos!-, é demorar para levantar). No domingo, ele se aproximou mais do ataque, serviu, concluiu. Mas saiu do jogo teimando
com quem perguntou se estava
voltando à velha forma: "Eu sempre fui o mesmo jogador". Arre!
Ainda está gordo
Se a FPF confirmar o Paulista
de 2005 em turno único, com
todos contra todos, é melhor
manter o número ímpar de
equipes! Explico: com 20 times,
serão 19 rodadas -alguns vão
fazer dez jogos em casa; outros,
nove. Parece injusto. Em 18 rodadas, todos seriam mandantes
e visitantes nove vezes. Mas
ainda acho que o certo é ter menos times!
B.I.D.
O "i" é de infame? Inútil? O que
fazer quando um jogador tem
todos os documentos em ordem, situação perfeitamente
regular, mas a CBF não publica
seu nome no BID? É o cúmulo
tirar pontos de um time só porque deixou de conferir se o departamento de registros simplesmente fez o seu serviço.
E-mail
soninha.folha@uol.com.br w
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