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JOSÉ ROBERTO TORERO
Detalhes tão pequenos...
Se o 1º jogo teve placar tão apertado, os times estão mais parelhos do que o previsto. A diferença se dá nos detalhes
VENCEDORA leitora, derrotado
leitor, a primeira partida da
final do Campeonato Estadual foi emocionante. Muitos torcedores devem ter ficado sem unhas
ao final dos 90 minutos. Alguns, até
sem dedos.
Foi um jogo cheio de lances perigosos e com empenho total dos jogadores, coisa rara no futebol atual. A
verdade é que os jogadores suaram a
camisa como poucas vezes neste
campeonato. Eu não gostaria de ser
a lavadeira de nenhum deles.
Tal empenho fez com que o jogo
fosse difícil, acirrado, disputado lance a lance, um daqueles em que qualquer um dos times poderia ter vencido. Mas um lance isolado, um detalhe, acabou definindo a sorte da
partida. E o que é o futebol, senão
um amontoado de detalhes?
Como diria o rei Roberto: "Detalhes (...) são coisas muito grandes
pra esquecer, e a toda hora vão estar
presentes, você vai ver...".
Mas chega de considerações gerais e vamos à partida.
Logo depois de o juiz apitar o início do jogo, o time com mais torcida
no estádio começou jogando melhor, como costuma acontecer nas
decisões. Porém, aos poucos, o rival
foi ganhando terreno e equilibrando
a partida. Tanto que, até o momento
do gol, qualquer uma das equipes
poderia ter aberto o placar, pois havia grande igualdade em campo.
Depois de a bola entrar na rede, a
equipe em desvantagem foi para cima e até tentou o empate, mesmo
correndo o risco de levar um rápido
contra-ataque e o 2 a 0.
No fim das contas, nem ataque
nem contra-ataque conseguiram fazer mais um gol, e a partida terminou mesmo com o magro placar de 1
a 0. Magro, mas satisfatório ao vencedor. Mais ou menos como uma
boa refeição francesa, um tanto frugal, mas que nos deixa leves e felizes.
É bem verdade que o escore poderia ter sido mais elástico, mais generoso, mas, para evitar isso, havia dois
bons goleiros e a miopia dos atacantes, que perderam algumas chances
claras de gol. Como dizia meu finado
avô: "Ganhando o salário que esses
jogadores ganham, eles não têm direito nem de errar bicicleta".
Para os vencedores, agora basta
empatar o segundo jogo. Mas não
será uma tarefa fácil. Se a primeira
partida teve um placar tão apertado,
é porque as duas equipes estão mais
parelhas do que se esperava. E, num
jogo parelho, os detalhes é que fazem a diferença.
Já aos derrotados resta o consolo
de terem perdido por pouco, por um
triz, por um quase. Mas, como disse
o rei Roberto: "Quase também é
mais um detalhe".
PS: Caro leitor, caríssima leitora, esqueci de lhes contar um detalhe: o
texto acima é um texto multiuso. Se
você for do Rio Grande do Sul, considere que ele conta o jogo entre Juventude e Internacional. Caso seja
carioca, os clubes passam a ser Flamengo x Botafogo. Barrigas-verdes
podem entendê-lo como Figueirense x Criciúma, para goianos é a disputa entre Itumbiara x Goiás, e os
paulistas podem lê-lo como uma razoável descrição de Ponte Preta x
Palmeiras. Realmente, falar muito
sem dizer nada é bem fácil. Aliás, como as eleições estão chegando, aceito convites para escrever discursos
políticos.
torero@uol.com.br
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