São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 2011

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MOTOR

FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br @fabio_seixas

A sofrida tarefa de não desistir

ANTOINE RIZKALLAH Kanaan Filho tinha 13 anos quando o pai, seu maior incentivador no kart, morreu, vítima de câncer. Ele poderia desistir. Muitos desistiriam. Tony continuou.
Com uma graninha emprestada pela família Barrichello, foi tentar a sorte na apagada Alfa Boxer, na Itália. Morava na oficina, uma dureza só. Muitos voltariam. Tony encarou.
Ganhou o campeonato e ficou tentado a usar o prêmio de US$ 100 mil para ajudar a mãe. Resolveu reinvestir e correr na F-3 italiana. Ao fim daquele 95, quinto no campeonato, viu minguarem as chances de prosseguir carreira na Europa, rumo à F-1, seu sonho. Muitos lamentariam.
Tony foi para os EUA.
Na Indy Lights, ouviu do patrocinador que tinha uma temporada para aprender, outra para conquistar o campeonato. Se fracassasse, que voltasse para casa, tentasse outra coisa. Muitos sentiriam essa pressão, fraquejariam. Tony acelerou.
Aprendeu em 96, foi campeão em 97, subiu para a Indy em 98. Foi correr na Tasman, então um time decadente. Muitos desanimariam. Tony foi o melhor brasileiro e o melhor estreante.
Foi campeão da Indy em 2004, bateu na trave algumas vezes em Indianápolis (e a de 2007 foi inacreditável), assumiu um papel de tutor de Marco Andretti e Danica Patrick na equipe.
No fim de 2010, foi dispensado pelo time. Assinou um contrato de risco com Gil de Ferran, deu errado. Há 40 dias, não tinha emprego. Muitos achariam que era hora de parar.
Tony, que bateu na porta de mais de 90 empresas, acertou com a nanica KV.
Chega ao Anhembi como o terceiro colocado no campeonato. Como o melhor brasileiro nas pistas neste ano. Como o dono de uma história tão inspiradora por trás embora (ou talvez porque) teime tanto em olhar para a frente.

F-1
PARADA
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"Quando foi a última vez que outra equipe tentou copiar uma inovação de Maranello? Foi em 2008, com o buraco no bico do carro. Desde então, ninguém tentou copiar suas ideias"
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