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BRASIL
Apesar da falta de confiança, time de Scolari bate os anteriores em sua preparação
Seleção ostenta melhor currículo em dez Mundiais
DO ENVIADO ESPECIAL A SEUL
Se a confiança na sua equipe
não é das maiores mesmo com
bons resultados em partidas
amistosas, Luiz Felipe Scolari estaria ainda mais contra a parede
se ostentasse os resultados de outras seleções nacionais às vésperas
de uma Copa do Mundo.
A equipe dirigida pelo técnico
gaúcho tem o melhor aproveitamento, o melhor ataque e a melhor defesa das últimas dez vezes
que o Brasil se preparou para disputar o maior torneio de futebol
do planeta.
Times que depois foram campeões mundiais, como o de 1970 e
o de 1994, chegaram para a estréia
na Copa-2002 com um currículo
mais pobre nos amistosos preparatórios do que a equipe atual.
E, como agora, também fizeram
a maior parte de seus treinamentos contra rivais medíocres.
O time de Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivellino e companhia, que
ganhou o tricampeonato, preparou-se para a Copa jogando contra times como o Bangu, a seleção
do Estado do Amazonas e combinados de regiões do México.
Mesmo contra adversários desse porte, colheu resultados ruins
-empatou, por exemplo, com a
equipe suburbana do Rio. Assim,
saiu do país desacreditada, mas
depois acabou calando os críticos.
O time que encantou o mundo
em Guadalajara e na Cidade do
México tinha a seu favor, ao contrário do que acontece hoje, tempo para ficar junto durante praticamente três meses.
Oito anos depois, na preparação
para a Copa da Argentina, o Brasil
fez uma sequência de jogos contra
seleções estaduais -em um deles, não saiu de um 0 a 0 contra
Pernambuco, defendido pelos zagueiros Paranhos e Marião.
Mais recentemente, em 1998,
Zagallo foi para a França com a
confiança da torcida mesmo após
uma das piores sequências de
amistosos preparatórios para um
Mundial na história da seleção.
Se a fase pré-Copa fosse um
campeonato valendo pontos, a
equipe comandada pelo veterano
treinador alagoano teria um aproveitamento de 55%, contra 90%
do time dirigido por Scolari.
Mesmo com Ronaldo no auge, a
produção ofensiva também foi pífia -média de apenas 1,33 gol
marcado por partida.
A equipe de 1998 foi mal jogando contra times tão ruins quanto
os enfrentados agora. Na lista,
aparecem Jamaica, Estados Unidos, Guatemala e Andorra.
Testes
Na maior parte dos casos, a seleção brasileira também chegou à
reta final fazendo testes.
Em 1970, Zagallo escalou Marco
Antônio na lateral esquerda durante toda a preparação. Só na estréia, contra a Tchecoslováquia,
efetivou o gremista Everaldo como titular da posição.
Coisa parecida fez Telê Santana,
que comandou, em 1982, uma das
mais veneradas equipes de todos
os tempos. Até três meses antes
do início do Mundial da Espanha,
o habilidoso Mário Sérgio era titular da equipe. Depois, acabou
descartado e nem foi incluído na
lista de convocados para a Copa.
Na última vez que levantou a taça de campeão mundial, o Brasil
também se preparou de um jeito e
jogou de outro. Nos EUA, Aldair e
Márcio Santos só conseguiram
ser titulares depois da contusão
de outros convocados.
E Mazinho ganhou a posição de
Raí, um dos símbolos da era Carlos Alberto Parreira, já no decorrer da competição.
(PAULO COBOS)
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