Jade Barbosa e Laís Souza atuam em Moscou e tentam repetir façanha de 2006

Na terra da então seleção soviética, Oleg Ostapenko tem a chance de mostrar a compatriotas e colegas os frutos do trabalho no Brasil

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico ucraniano Oleg Ostapenko coloca hoje à prova, na Rússia, suas principais apostas da seleção feminina de ginástica artística para a Olimpíada.
E, quando entrarem no tablado Sportcomplex para disputar a etapa da Copa do Mundo em Moscou, Jade Barbosa e Laís Souza tentarão agradar ao chefe na competição em que ele mais se sente à vontade.
"O Oleg gosta daqui. Nunca competi em Moscou, mas vi que ele fala e conhece quase todo mundo. E está feliz", afirma Jade, que atuará em três aparelhos (salto, solo e trave) e poderá apresentar novidades.
À exceção dos Mundiais, foi na capital russa que o treinador mais comemorou as conquistas de suas pupilas brasileiras.
Em 2006, quando Daiane dos Santos (ouro) e Laís Souza (prata e bronze) foram ao pódio em Moscou, Oleg, ao contrário dos outros torneios -independemente de resultados-, permaneceu no ginásio e fez questão de cumprimentar as ginastas. "Ele sempre deixa o ginásio quando acaba a prova. Naquele dia, tinha um sentimento a mais por parte dele", diz Eliane Martins, supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica.
Além da chance de voltar a mostrar os frutos de sua estada no Brasil no país em que ajudou a treinar a então seleção soviética e em que lapidou campeãs, Oleg, responsável pelo duplo twist carpado que consagrou Daiane dos Santos, testará as atletas que, segundo ele, podem lutar por pódios em Pequim.
Mas ele não irá forçar, pois deseja que o auge seja atingido em agosto. "Ele não passou nada de especial. Vamos manter o que temos treinado", diz Jade, que não descarta Oleg exigir um ou outro elemento diferente no desenrolar do torneio.
Outro fator que pesa para o ucraniano aliviar a série de suas atletas é que Laís não está 100% fisicamente e Ana Cláudia Silva, a outra brasileira no evento, disputa só sua segunda Copa.
Laís, que só não atuará no solo, volta a atuar após oito meses de molho, cuidando de lesões, em especial uma fratura no pé direito e uma distensão na região do quadril. "Sou experiente já e não posso forçar muito. E o Oleg deixou a gente tranqüila, dizendo que não importa o resultado, e sim pegar ritmo."
Laís busca seu primeiro pódio no ciclo 2007/2008 da Copa, no qual o país tenta acabar com o jejum de ouros no feminino. As finais em Moscou serão amanhã, a partir das 5h.