São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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PERFIL

Depois de demissão, técnico holandês vira herói na Ásia

DO ENVIADO A YOKOHAMA

No início do ano passado, o treinador holandês Guus Hiddink, 55, tinha acabado de ser demitido do Betis, um clube médio da Espanha.
Hoje, após levar uma seleção asiática pela primeira vez às semifinais de uma Copa do Mundo, sai da competição como herói nacional e com o mercado europeu novamente com as portas abertas para ele.
Apesar da comoção que causou no povo sul-coreano, Hiddink deve trocar seu atual emprego por um clube da Europa.
Se isso acontecer, vai deixar para trás uma série de homenagens raras para um treinador.
A Coréia cogitou mudar suas leis para permitir que o holandês assumisse a nacionalidade do país. Empresas e a federação de futebol do país despejaram milhões de dólares na sua conta bancária. O técnico vai virar nome de rua em várias cidades sul-coreanas e poder viajar na primeira classe da principal empresa aérea do país até morrer.
Quando assumiu o cargo, Hiddink nem imaginava que viraria herói na Ásia.
Em entrevista para um jornal espanhol, o treinador chegou a dizer que duvidava da qualidade dos jogadores coreanos.
"Eles têm muito que aprender", disse Hiddink, que também já adiantava que não pretendia aprender a falar a língua do país que iria pagar seu salário a partir de então.
Para Carlos Alberto Parreira, técnico do Corinthians e campeão com a seleção brasileira em 1994, o técnico da maior surpresa da Copa teve muitos méritos.
"Ele conseguiu fazer com que a Coréia jogasse como a Holanda, mesmo sem contar com jogadores da qualidade [dos holandeses"", disse Parreira.
Para ter sucesso na Ásia, Hiddink repetiu o que fez com a seleção de seu país.
Na equipe holandesa, o treinador conseguiu domar o ego de uma constelação de craques. Agora, apesar de não terem a mesma fama, os sul-coreanos também formavam um grupo dividido, principalmente entre os jogadores mais jovens e os mais velhos. (PC)


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