|
Texto Anterior | Índice
FUTEBOL
Tchecos, cariocas e são-paulinos
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
O que está havendo com
alguns jogadores do São
Paulo?! Ah, ficamos abalados
com a desclassificação da Libertadores... Meus caros, futebol é isso
-num dia se ganha e no outro se
perde. É natural que a derrota
provoque tristeza, como a vitória
gera euforia, mas o caso do São
Paulo está passando dos limites.
Não dá para um monte de marmanjos ficar assim tão fragilizado
diante de uma desclassificação.
Nessas horas alguém tem que
assumir o controle, bater palmas
e animar o time. Não adianta
olhar para trás. É bola para a
frente. Quanto à torcida, é normal que cobre e exija vitórias.
Mas os torcedores do São Paulo
estão se comportando como
criancinhas mimadas. Depois da
lamentável ofensiva contra Kaká,
agora querem detonar o Luis Fabiano... Que esperteza!
Deveriam, sim, cobrar da diretoria que cubra as deficiências do
time, que vão aumentar com a
saída de alguns jogadores, a começar pelo próprio Luis Fabiano.
A República Tcheca é a sensação da Eurocopa. O país, que tem
uma população equivalente à do
município de São Paulo (10,5 milhões), produziu uma boa seleção
de futebol, a de melhor desempenho, até aqui, depois da Copa do
Mundo. No time, tem gente que
joga em equipes de primeira linha
na Itália, na Alemanha e na Inglaterra. O craque é Pavel Nedved, que atua na meia da Juventus e foi um dos destaques da Copa dos Campeões de 2002/03.
Baros, o melhor na vitória contra a Dinamarca, joga no Liverpool e foi uma das estrelas do
campeonato sub-21 da Europa,
em 2002, quando seu país chegou
à final e perdeu para a França. E
não se pode esquecer de Poborsky.
A República Tcheca foi a primeira de seu grupo nas eliminatórias. Empatou com a Holanda,
em Roterdã, e ganhou em casa
por 3 a 1. É o único time 100% da
competição. A Grécia vai ser um
adversário duro, mas a tendência
é os tchecos chegarem à final.
Contra quem? Torcerei para
Portugal. Como me disse certa vez
o sociólogo Gilberto Vasconcellos,
gostar de Portugal é um luxo. Não
é para qualquer um. A Holanda é
simpática, mas esse time já mostrou que, apertado, confessa.
Agora me diz uma coisa: por
que alguns cronistas cariocas estão fazendo tanta gracinha com a
Eurocopa? Rodrigo Bueno listou
em sua coluna de domingo uma
série de manifestações negativas
de jornalistas do Rio em relação
ao torneio. Até meu caro rubro-negro Ruy Castro, querendo dar
uma de Nelson Rodrigues, disse
preferir qualquer Madureira x
Bonsucesso... Fala sério!
O futebol que se joga hoje no
Brasil e, em particular no Rio,
não autoriza essas tiradas, que
acabam se revelando simplesmente provincianas. Ok que a seleção brasileira é a melhor do
mundo, mas mesmo o futebol que
ela vem mostrando nas eliminatórias não sustenta a soberba.
Mas cessa tudo, porque ontem,
enfim, Fernando Calazans, que
desprezara a competição, reconheceu os talentos tchecos!
Cadê Timão?
É inacreditável o que está acontecendo com o Corinthians. O
time foi destruído e não há sinais de que as coisas irão melhorar de verdade. Dá para evitar o rebaixamento, mas isso é
muito pouco. O time só empata
e perde. O que a diretoria vai fazer? Rezar ou contratar?
Cadê Mengão?
A situação do Flamengo é outra
lástima, só amenizada pela
chance de ganhar a Copa do
Brasil -o que seria muito mais
difícil se o torneio fosse disputado pelos melhores times do
país, como seria correto. No
Brasileiro, o Flamengo vai cavando seu rebaixamento.
Cadê solução?
A situação de Flamengo e Corinthians é mais um sinal da falência do futebol brasileiro.
E-mail mag@folhasp.com.br
Texto Anterior: Basquete - Melchiades Filho: Baba, Baby! Índice
|