São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Estilo Dunga

O PRIMEIRO contra-ataque surgiu aos 4min e, para quem tinha dúvidas se seria imprudência o Chile atacar o Brasil, ficou a certeza: era imprudente mesmo.
Mas Bielsa lançou Isla e Sánchez no setor de Michel Bastos, que deu conta do recado. Marcou por pressão, e Ramires e Gilberto Silva fizeram a preocupação com a saída de bola parecer susto de torcedor. De tão preciso, o passe na defesa chegava a Kaká e a Robinho. Virava contra-ataque.
Luis Fabiano desperdiçou aos 4min, mas eles continuaram aparecendo. O primeiro tempo teve saídas em velocidade para todos os gostos. Pela esquerda, com Kaká em largas arrancadas de que só ele é capaz.
O passe cioso na defesa era um pouco afoito no ataque. Pois da defesa Ramires abriu o jogo para Maicon cruzar, e a bola, desviada, resultou em um escanteio. Não importa que as bolas paradas sejam responsáveis por apenas 22% dos gols do time de Dunga. Juan escorou de cabeça o cruzamento de Maicon e marcou seu sétimo gol pela seleção, o quarto contra os chilenos.
Era a senha para atrair um pouco mais a equipe de Bielsa, colocar ainda mais velocidade no jogo.
Quando, aos 37min, o contra-ataque nasceu de novo para o Brasil, Bielsa deu um salto à frente de seu banco de reservas. Saltou mais alto do que fazia Dunga a cada passe errado contra Portugal. Bielsa sabia que as arrancadas do Brasil muitas vezes acabam em gol. Kaká deu o último toque para Luis Fabiano e se tornou o líder de assistências da Copa, com três, ao lado do alemão Thomas Müller.
E o contra-ataque voltou a ser o item que mais gols dá à seleção quando Ramires roubou a bola e a entregou para Robinho fazer seu primeiro gol em Copas do Mundo. São 125 gols com Dunga. São 41 contra-atacando.

POSIÇÕES
A maioria dos contra-ataques de Kaká foi pela esquerda. Deram certo as inversões de Robinho, Daniel Alves e Kaká. A saída de bola foi precisa, fosse com Ramires, Gilberto Silva ou Michel Bastos.

A HOLANDA
Com mais posse de bola que o Brasil, vai oferecer a mesma velocidade que o Chile deu. É difícil parar o Brasil em alta velocidade, mas Robben e Sneijder preocupam.


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