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OLIMPÍADA
Nome de dirigente brasileiro é aprovado pela comissão executiva do comitê e precisa apenas ser referendado
Nuzman já é virtual membro do COI
ROBERTO DIAS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur
Nuzman, praticamente se garantiu ontem como novo membro do
Comitê Olímpico Internacional.
Sua candidatura ao COI recebeu
o aval da comissão executiva da
entidade, que é formada por 11
pessoas, entre elas o presidente,
Juan Antonio Samaranch.
A rigor, com a indicação da comissão executiva, o nome de Nuzman será agora levado ao plenário
da entidade, para ser avaliado pelos atuais 113 membros do COI.
Na prática, a eleição do brasileiro, assim como a dos outros 13 dirigentes nomeados ontem, será
apenas referendada na sessão que
acontecerá na Austrália, entre os
dias 11 e 13 de setembro, já às vésperas dos Jogos de Sydney.
Segundo informou à Folha a assessoria de imprensa do COI, só
haverá vetos caso, até lá, seja descoberta alguma irregularidade
envolvendo um dos postulantes.
A preocupação procede: essa será a primeira nomeação de membros do COI depois do maior escândalo da história olímpica, que
veio à tona no ano passado.
Com denúncias de suborno e
mau comportamento, 11 membros do comitê foram investigados -desses, 4 acabaram expulsos, 6 renunciaram e 1 morreu.
Depois dos problemas, o COI
pôs em andamento um plano de
reformas, com o objetivo de tornar seu funcionamento mais
transparente.
Abriu suas contas à imprensa e
anunciou mudanças no processo
de seleção dos membros.
Os nomes indicados agora não
terão mais mandato vitalício, como os anteriores. Poderão ficar
no cargo por no máximo oito
anos, até a idade máxima de 70
anos e apenas enquanto mantiverem a função original (Nuzman,
presidente do COB desde 1995, está com 58 anos).
Em Sydney, além da votação
dos 14 dirigentes, oito atletas também se tornarão membros do
COI.
A novidade: seu nomes serão
escolhidos pelos 10,2 mil esportistas que estarão competindo nos
Jogos Olímpicos.
Apoio
Lançada pelo próprio COB, a
candidatura de Nuzman conta
com um importante aliado: o mexicano Mario Vazquez Raña, presidente da Odepa (Organização
Desportiva Pan-Americana), entidade responsável pelos Jogos
Pan-Americanos.
Nuzman deverá se tornar, assim, o segundo brasileiro membro do comitê. O outro é João Havelange, que presidiu a Fifa, entidade máxima do futebol, durante
24 anos -o atual presidente é Joseph Blatter.
O país tem ainda um membro
honorário, o major Sylvio de Magalhães Padilha, que foi presidente do COB.
Embora os dirigentes do comitê
não sejam considerados "membros do país no COI" -mas sim
"membros do COI no país"-, a
indicação de Nuzman confere
vantagem ao Brasil, que passa a
ser a única nação da América do
Sul com dois votantes no comitê.
Argentina, Peru, Venezuela,
Colômbia e Uruguai também têm
membros olímpicos.
No processo de eleição de novos
votantes em andamento, a etapa
de ontem, em Lausanne (Suíça),
era considerada a mais difícil.
Ao todo, 48 candidaturas foram
analisadas pela comissão executiva antes de serem nomeados os 14
indicados.
O nome mais conhecido entre
os escolhidos é o do presidente da
Federação Internacional de Vôlei,
o mexicano Rubén Acosta.
O grande barrado é o australiano John Coates, presidente do comitê olímpico de seu país e um
dos responsáveis pela organização dos Jogos Olímpicos de
Sydney.
Coates, no entanto, é visto com
ceticismo em setores do Movimento Olímpico por ter confessado que ofereceu dinheiro a dois
países africanos na noite anterior
à eleição que escolheu Sydney como sede da competição deste ano.
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