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FUTEBOL
Corinthians enfrenta o Independiente sem o jogador, que será "julgado" por uma sindicância
Marcelinho já está fora dos planos
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem Marcelinho. É assim que
daqui para a frente o técnico
Wanderley Luxemburgo terá que
escalar o Corinthians.
E é assim que hoje, às 11h, o time
do Parque São Jorge enfrenta o
Independiente (Argentina), no
Pacaembu, pela Copa Mercosul.
A determinação é da diretoria
do clube, que suspendeu o jogador anteontem, mas está respaldada nos apoios do treinador, do
elenco e da cúpula do HMTF
-parceiro americano do clube.
Amanhã, com a participação do
presidente Alberto Dualib, do vice-presidente Antonio Roque Citadini, do manager Wanderley
Luxemburgo, dos advogados do
clube e de Marcelinho, começa
uma sindicância formal que vai
apurar a suposta ligação que o
meia-atacante teria feito para relatar uma agressão a Ricardinho.
Segundo o diretor da TV Bandeirantes Aquiles Franzoti, Marcelinho lhe telefonou para contar
ser Ricardinho o dedo-duro do
grupo e que, por isso, o meia teria
sido alvo de agressões de Batata,
Paulo Nunes, Rogério e Scheidt.
Mas o que agrava o caso de Marcelinho não é o fato de ele ter feito
uma ligação, mas várias, segundo
apuração prévia dos dirigentes
corintianos. Além disso, o meia-atacante foi punido há dez dias
por ter dado declarações consideradas "impróprias" pela diretoria.
"O Marcelinho falou demais sobre a história de reforços. Também foi extremamente irresponsável ao criticar a diretoria no caso de sua suspensão [ele não
atuou contra o Colo Colo, quinta
passada, no Chile, por ter sido expulso na última partida do Corinthians na Mercosul-2000". Ele deveria saber da burrada que fez no
ano passado. Agora tem mais esse
problema", disse Citadini, que negou que, por ser ídolo da torcida,
Marcelinho será perdoado.
"O Corinthians não abafa nada.
Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém. Para ficar no Corinthians, um jogador tem que ter
disciplina e solidariedade. Nenhum jogador será privilegiado.
Jogador tem que ser profissional
para tudo, não só na hora de receber salário e assinar contrato de
imagem", completou o dirigente.
Por isso tudo, a situação do jogador é bastante delicada.
Além de ter perdido apoio dentro da diretoria do clube -Dualib, que sempre foi seu "cabo eleitoral", não deve suportar a pressão e, como no caso da suspensão
prévia, deverá acatar o voto da
maioria- , o jogador não tem clima entre os próprios companheiros de equipe.
Até dos treinamentos com os
demais o jogador está afastado.
A esperada acareação entre ele e
Ricardinho -para esclarecer a situação, como prometeu Marcelinho- está praticamente descartada: Ricardinho já declarou ter
apenas uma relação profissional
com Marcelinho, o que afasta a
possibilidade de os dois se encontrarem fora do clube.
Na chegada ao Brasil anteontem, Ricardinho se negou a comentar a suspensão temporária
de Marcelinho.
Falou apenas do "bom momento" do Corinthians.
"Foi uma ótima estréia. Minha
preocupação é só com o Corinthians", disse Ricardinho, sobre a
vitória por 2 a 0 no Chile.
Marcelinho tem alguns trunfos:
contrato até 2003, o fato de o Corinthians não ter opção para a
meia-direita, a identificação dele
com o clube e o início dos campeonatos -a Mercosul, por
exemplo, já encerrou as inscrições. O jogador, entretanto, terá
que provar que isso tudo pode
bancar a sua permanência no clube, o que não será fácil.
"Nenhum jogador é maior do
que o Corinthians", sentenciou
Citadini.
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