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Pan inova e fecha cerco contra droga da moda
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
O Pan de Santo Domingo será o
primeiro da história com testes
antidoping para detectar a EPO.
A informação é do presidente
da Comissão Médica da Odepa, o
brasileiro Eduardo de Rose.
Coqueluche entre atletas, especialmente os de provas de resistência, a eritropoetina, hormônio
produzido no rim e que controla a
produção dos glóbulos vermelhos
no sangue, melhora a oxigenação
e aumenta o transporte de oxigênio para os músculos.
O teste de detecção de EPO via
urina, que será utilizado no Pan, é
cinco vezes mais caro que o exame-padrão. De Rose explica que a
Organização Desportiva Pan-Americana, que gerencia o esporte nas Américas, não tem verba
suficiente para realizar o teste de
EPO em todos os atletas.
A idéia é escolher um grupo,
ainda sem número definido, por
um critério que o médico batizou
de risco-esporte. ""Nos esportes
em que tradicionalmente o uso da
EPO é mais comum serão selecionados competidores, e suas
amostras serão analisadas pelo
teste que pode detectar a eritropoetina", afirmou o brasileiro.
Em Sydney-00, e nos Jogos de
Inverno de Salt Lake, em 2001, os
testes de EPO foram feitos com
base em amostras de sangue e urina. Uma determinação do Comitê
Olímpico Internacional após as
duas competições autorizou os laboratórios que recebem as amostras a detectar a substância apenas
com teste de urina.
No Pan, a questão do antidoping gerou polêmica. Sem verba,
o comitê organizador chegou a
cogitar realizar apenas 400 testes.
A idéia foi vetada pela Odepa, que
exigia pelo menos 900 -cerca de
5.300 atletas vão competir.
Outra confusão deu-se com a
definição do laboratório que analisaria as amostras. Por contrato,
os organizadores haviam se comprometido a montar um laboratório na capital dominicana. O
projeto, no entanto, fracassou.
Houve problemas na carga elétrica e nas tubulações de gases.
A menos de dois meses do início
do Pan, ele acabou sendo vetado
pela Odepa. Houve então uma
disputa entre Brasil e Canadá.
O Ladetec, laboratório credenciado pelo COI no Rio, até divulgou que acertara com os organizadores para realizar os exames.
Mas, no dia seguinte, os dominicanos disseram que o contrato
seria fechado com o laboratório
de Montréal. O que pesou na decisão foi o fato de o instituto do Canadá ser habilitado para fazer teste para EPO, o que não ocorre
com o do Rio. ""O transporte também influenciou. Em um dia, consigo mandar a coleta de Santo Domingo para o Canadá, o que seria
inviável com o laboratório no
Rio", disse De Rose.
A informação foi referendada
por Mario Vázquez Raña, presidente da Odepa. "Em 24 horas espero ter as respostas dos testes negativos e, em 36 horas, dos positivos."
(EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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