UOL


São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pan inova e fecha cerco contra droga da moda

DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

O Pan de Santo Domingo será o primeiro da história com testes antidoping para detectar a EPO.
A informação é do presidente da Comissão Médica da Odepa, o brasileiro Eduardo de Rose.
Coqueluche entre atletas, especialmente os de provas de resistência, a eritropoetina, hormônio produzido no rim e que controla a produção dos glóbulos vermelhos no sangue, melhora a oxigenação e aumenta o transporte de oxigênio para os músculos.
O teste de detecção de EPO via urina, que será utilizado no Pan, é cinco vezes mais caro que o exame-padrão. De Rose explica que a Organização Desportiva Pan-Americana, que gerencia o esporte nas Américas, não tem verba suficiente para realizar o teste de EPO em todos os atletas.
A idéia é escolher um grupo, ainda sem número definido, por um critério que o médico batizou de risco-esporte. ""Nos esportes em que tradicionalmente o uso da EPO é mais comum serão selecionados competidores, e suas amostras serão analisadas pelo teste que pode detectar a eritropoetina", afirmou o brasileiro.
Em Sydney-00, e nos Jogos de Inverno de Salt Lake, em 2001, os testes de EPO foram feitos com base em amostras de sangue e urina. Uma determinação do Comitê Olímpico Internacional após as duas competições autorizou os laboratórios que recebem as amostras a detectar a substância apenas com teste de urina.
No Pan, a questão do antidoping gerou polêmica. Sem verba, o comitê organizador chegou a cogitar realizar apenas 400 testes. A idéia foi vetada pela Odepa, que exigia pelo menos 900 -cerca de 5.300 atletas vão competir.
Outra confusão deu-se com a definição do laboratório que analisaria as amostras. Por contrato, os organizadores haviam se comprometido a montar um laboratório na capital dominicana. O projeto, no entanto, fracassou. Houve problemas na carga elétrica e nas tubulações de gases.
A menos de dois meses do início do Pan, ele acabou sendo vetado pela Odepa. Houve então uma disputa entre Brasil e Canadá.
O Ladetec, laboratório credenciado pelo COI no Rio, até divulgou que acertara com os organizadores para realizar os exames.
Mas, no dia seguinte, os dominicanos disseram que o contrato seria fechado com o laboratório de Montréal. O que pesou na decisão foi o fato de o instituto do Canadá ser habilitado para fazer teste para EPO, o que não ocorre com o do Rio. ""O transporte também influenciou. Em um dia, consigo mandar a coleta de Santo Domingo para o Canadá, o que seria inviável com o laboratório no Rio", disse De Rose.
A informação foi referendada por Mario Vázquez Raña, presidente da Odepa. "Em 24 horas espero ter as respostas dos testes negativos e, em 36 horas, dos positivos." (EDUARDO OHATA, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)


Texto Anterior: pan
2003: Antidoping flagra Maurren, a estrela do atletismo brasileiro

Próximo Texto: Memória: Neste ano, país já teve três casos em provas de rua
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.