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pan 2003
Favorita ao ouro no Pan, saltadora alega ter usado pomada cicatrizante após depilação
Antidoping flagra Maurren, a estrela do atletismo brasileiro
Antônio Gaudério - 15.jun.2003/Folha Imagem
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A atleta Maurren Maggi salta 6,75 m no Troféu Brasil, em São Paulo, no mês passado, evento em que foi flagrada no antidoping por uso de esteróide anabólico |
ADALBERTO LEISTER FILHO
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal nome do atletismo nacional, Maurren Higa Maggi, 27,
foi pega no exame antidoping durante o Troféu Brasil, realizado
em São Paulo, no mês passado.
A Folha apurou que a saltadora
teve controle positivo para um esteróide anabólico. Os exames foram feitos no Ladetec, no Rio de
Janeiro, único laboratório na
América Latina habilitado pelo
Comitê Olímpico Internacional.
Na ocasião, a brasileira conquistou a medalha de ouro no salto
em distância, com a marca de 6,75
m. Maurren chegou ao país após
uma temporada vitoriosa na Europa. Cansada, desistiu de competir no salto triplo e se concentrou apenas no salto em distância,
sua maior especialidade.
A defesa da atleta, que foi feita
pelo médico Eduardo de Rose, da
Comissão Médica da Wada, a
Agência Mundial Antidoping,
alegou que não houve intenção de
uso de substância proibida para
melhora de performance.
Maurren teria se contaminado
após uma sessão de depilação,
realizada na véspera da coleta de
sua urina. A saltadora teria utilizado um creme cicatrizante, de
uso local, que, em contato com o
organismo, produziria o metabólito de um esteróide anabólico.
A Associação Internacional das
Federações de Atletismo ainda
não se pronunciou a respeito do
assunto. Por enquanto, o caso é
mantido sob sigilo. Só após a resposta da Iaaf é que o resultado do
exame passa a ser oficial.
Caso a entidade não aceite a argumentação da atleta, Maurren
poderá ser suspensa preventivamente e nem disputará o Pan de
Santo Domingo, que começa na
sexta-feira. A brasileira, favorita
ao ouro, já competiria na próxima
terça-feira. Se condenada, ela pode ser suspensa por dois anos.
Nos Jogos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, Maurren despontou como um dos destaques do
atletismo nacional, ao levar o ouro no salto em distância e prata
nos 100 m com barreiras. Foi a
atleta brasileira que mais conseguiu medalhas no esporte.
A competidora também é apontada como o principal nome do
Brasil para o Mundial de Paris,
que também será em agosto.
Caso as razões da saltadora sejam aceitas -o que não seria um
caso inédito- Maurren estará
habilitada a competir.
Boa fase
Neste ano, a brasileira vive seu
melhor momento. Em março, a
saltadora obteve a marca de 6,70
m e conquistou a medalha de
bronze no Mundial indoor de Birmingham, na Inglaterra.
Foi o primeiro pódio de uma
brasileira em um Mundial de atletismo. Também foi a primeira
medalha do país em uma prova
de campo em Mundiais, tanto indoor quanto em pista descoberta.
As outras vezes em que os atletas do Brasil subiram ao pódio foram em provas de pista ou de rua.
Além do feito inédito, Maurren
também ostenta quatro das cinco
melhores marcas do ano. No início de junho, a brasileira saltou
7,06 m no GP de Milão (Itália).
No mesmo mês, também obteve a segunda e a terceira melhor
marcas de 2003. Em Haniá (Grécia), saltou 6,95 m. Já em Turim,
na Itália, Maurren fez 6,94 m.
A Folha tentou contato ontem
com Maurren Maggi, através de
sua assessoria de imprensa, mas a
saltadora não ligou de volta. A reportagem também procurou o
técnico da brasileira, Nélio Moura, que não foi encontrado.
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