São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Robinho completa 1 mês de samba, pelada e videogame

Inativo desde final com a seleção, atleta muda rotina enquanto espera solução que o devolva aos campos

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Há um mês longe dos campos de futebol, o atacante Robinho está aproveitando o tempo livre para fazer musculação, curtir a família, ouvir música e jogar "pelada".
A última vez que o craque disputou uma partida oficial foi dia 29 de junho, quando o Brasil bateu a Argentina na final da Copa das Confederações, na Alemanha.
Após a decisão do torneio, Robinho falou em deixar o Santos e se transferir para o Real Madrid.
E, desde que retornou à cidade litorânea, o atleta continuou com a cabeça na Europa e deixou de treinar e jogar pelo atual time.
O atleta de 21 anos trocou o trabalho e a camisa 7 do Santos por pelo menos outras sete atividades:
1) o aniversário da noiva Vivian, comemorado em um buffet em São Vicente;
2) alguns dias em Angra dos Reis, no Rio;
3) uma roda de samba com os amigos em Santos;
4) exames com os médicos do Real Madrid, em São Paulo;
5) dois comerciais de TV, um para a empresa de telefones celulares Vivo e outro para uma indústria de biscoitos no Sul;
6) a participação, para matar a saudade da bola, de algumas "peladas" com os amigos;
7) jogar videogame, uma de suas distrações prediletas. Robinho gosta muito de se divertir com Winning Eleven, um dos jogos de futebol mais realistas que existem para Play Station 2.
Apesar de o atleta não ter treinado, o procurador Wagner Ribeiro disse que ele tem cuidado da forma física: faz musculação numa academia e se alimenta bem.
Mas, na maior parte do tempo, Robinho fica em seu apartamento no bairro da Aparecida, em Santos. Lá, o fã do pagodeiro Dudu Nobre e do sambista Zeca Pagodinho ouve outros gêneros musicais, como funk, rap e hip hop.
A vontade para que Robinho se transfira para o Real é tão grande que o pai do jogador, Gilvan de Souza, diz que não ficará chateado se o filho ficar na reserva na Espanha. "Até Pelé ficou no banco."
Ele diz que a mudança para a Europa será boa para a mãe do jogador, Marina da Silva Souza, seqüestrada durante 41 dias no fim de 2004. Segundo amigos, ela adquiriu a síndrome do pânico. Tem acompanhamento médico e feito viagens. Com parentes na Bahia, ela tem ido ao Nordeste.
Já Robinho, desde que se "desligou" do Santos, tem sido alvo da torcida. O "Fica Robinho" deu lugar ao "Vaza Robinho". No prédio em que moram os pais do jogador, no bairro da Pompéia, moradores já ouviram gritos de "Fora Robinho" ou "Cadê Robinho?".
Segundo o jornal "As", da Espanha, o Real entraria ontem com um pedido de licença provisória na Fifa para registrar o atleta. Seus empresários acreditam que isso possa ser feito até 20 de agosto.
O imbróglio é por conta da rescisão de Robinho. O Santos só o libera se o Real pagar US$ 50 milhões (R$ 122,1 milhões), conforme o contrato. O time espanhol ofereceu US$ 30 milhões, já que o restante seria do jogador, que decidiu abdicar do valor. Ontem, a CBF negou à Federação Espanhola de Futebol o certificado de transferência do atleta.
De olho na venda de Robinho estão Rincón, Márcio Santos, Galván, Fábio Costa e Carlos Germano. Todos entraram com processos na Justiça solicitando ações indenizatórias contra o Santos por rompimento contratual unilateral ou não-cumprimento do contrato. "São mais de R$ 20 milhões. Quando entrar o dinheiro do Deivid, do Elano, do Robinho ou de qualquer outro, vamos querer para a execução das dívidas", diz a advogada Gislaine Nunes.


Colaboraram Kleber Tomaz e Marcus Vinícius Marinho, da Reportagem Local

Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.