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Robinho completa 1 mês de samba, pelada e videogame
Inativo desde final com a seleção, atleta muda rotina enquanto espera solução que o devolva aos campos
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Há um mês longe dos campos
de futebol, o atacante Robinho está aproveitando o tempo livre para fazer musculação, curtir a família, ouvir música e jogar "pelada".
A última vez que o craque disputou uma partida oficial foi dia
29 de junho, quando o Brasil bateu a Argentina na final da Copa
das Confederações, na Alemanha.
Após a decisão do torneio, Robinho falou em deixar o Santos e
se transferir para o Real Madrid.
E, desde que retornou à cidade
litorânea, o atleta continuou com
a cabeça na Europa e deixou de
treinar e jogar pelo atual time.
O atleta de 21 anos trocou o trabalho e a camisa 7 do Santos por
pelo menos outras sete atividades:
1) o aniversário da noiva Vivian,
comemorado em um buffet em
São Vicente;
2) alguns dias em Angra dos
Reis, no Rio;
3) uma roda de samba com os
amigos em Santos;
4) exames com os médicos do
Real Madrid, em São Paulo;
5) dois comerciais de TV, um
para a empresa de telefones celulares Vivo e outro para uma indústria de biscoitos no Sul;
6) a participação, para matar a
saudade da bola, de algumas "peladas" com os amigos;
7) jogar videogame, uma de
suas distrações prediletas. Robinho gosta muito de se divertir
com Winning Eleven, um dos jogos de futebol mais realistas que
existem para Play Station 2.
Apesar de o atleta não ter treinado, o procurador Wagner Ribeiro
disse que ele tem cuidado da forma física: faz musculação numa
academia e se alimenta bem.
Mas, na maior parte do tempo,
Robinho fica em seu apartamento
no bairro da Aparecida, em Santos. Lá, o fã do pagodeiro Dudu
Nobre e do sambista Zeca Pagodinho ouve outros gêneros musicais, como funk, rap e hip hop.
A vontade para que Robinho se
transfira para o Real é tão grande
que o pai do jogador, Gilvan de
Souza, diz que não ficará chateado se o filho ficar na reserva na Espanha. "Até Pelé ficou no banco."
Ele diz que a mudança para a
Europa será boa para a mãe do jogador, Marina da Silva Souza, seqüestrada durante 41 dias no fim
de 2004. Segundo amigos, ela adquiriu a síndrome do pânico. Tem
acompanhamento médico e feito
viagens. Com parentes na Bahia,
ela tem ido ao Nordeste.
Já Robinho, desde que se "desligou" do Santos, tem sido alvo da
torcida. O "Fica Robinho" deu lugar ao "Vaza Robinho". No prédio em que moram os pais do jogador, no bairro da Pompéia, moradores já ouviram gritos de "Fora Robinho" ou "Cadê Robinho?".
Segundo o jornal "As", da Espanha, o Real entraria ontem com
um pedido de licença provisória
na Fifa para registrar o atleta. Seus
empresários acreditam que isso
possa ser feito até 20 de agosto.
O imbróglio é por conta da rescisão de Robinho. O Santos só o libera se o Real pagar US$ 50 milhões (R$ 122,1 milhões), conforme o contrato. O time espanhol
ofereceu US$ 30 milhões, já que o
restante seria do jogador, que decidiu abdicar do valor. Ontem, a
CBF negou à Federação Espanhola de Futebol o certificado de
transferência do atleta.
De olho na venda de Robinho
estão Rincón, Márcio Santos, Galván, Fábio Costa e Carlos Germano. Todos entraram com processos na Justiça solicitando ações
indenizatórias contra o Santos
por rompimento contratual unilateral ou não-cumprimento do
contrato. "São mais de R$ 20 milhões. Quando entrar o dinheiro
do Deivid, do Elano, do Robinho
ou de qualquer outro, vamos querer para a execução das dívidas",
diz a advogada Gislaine Nunes.
Colaboraram Kleber Tomaz e Marcus
Vinícius Marinho, da Reportagem Local
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