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TÊNIS
O 8º do mundo
THALES DE MENEZES
Gustavo Kuerten deu mais um
passo para conseguir a tranquilidade necessária para construir sua carreira no circuito
profissional. O bendito "segundo título" veio no saibro alemão
e deve jogar mais uma pá de
terra no caixão da pergunta
idiota que não quer calar:
"Kuerten é só fogo de palha?".
Não, repito mais uma vez, ele
não é. Mas ainda será necessário um caminhão de terra para
enterrar o ceticismo de parte da
torcida e da imprensa.
Ganhando um torneio aqui
ou ali, Kuerten pode permanecer no circuito tempo suficiente
para que essas pessoas que não
entendem patavina de tênis
aprendam alguma coisa e parem de falar asneiras.
Que Kuerten tem muito a melhorar, não há dúvidas. A irregularidade continua braba. Outro técnico no lugar de Larri
Passos (ou ao lado dele) poderia ampliar o repertório do brasileiro na quadra. No entanto,
são problemas pontuais, que
não devem atrapalhar o reconhecimento das condições técnicas de Kuerten.
Fazendo uma comparação
ideal dos tenistas, imaginando
cada um deles jogando o máximo, em plenas condições físicas,
Gustavo Kuerten é o oitavo melhor tenista do mundo.
Duvidou? Lá vai, pela ordem:
Pete Sampras, Marcelo Ríos,
Andre Agassi, Boris Becker,
Thomas Muster, Patrick Rafter
e Carlos Moyá. Eles formam um
"G-7", que Kuerten, tecnicamente, ainda não alcança.
Mas vale lembrar que três deles já estão flertando com a
aposentadoria (Agassi, Muster
e Becker) e Kuerten tem muitos
anos de circuito pela frente.
Ranking é circunstância. A
competitividade é grande, contusões e estresse nunca são levados em conta, bons novatos surgem a cada semana...
O que fica é a excelência do
tênis. Um dia desses, Kuerten
poderá estar na 70ª posição do
ranking, mas, se jogar em Paris
ou Stuttgart, o público sabe que
verá um grande campeão.
Tolices e asneiras
Locução esportiva é dose. Fica difícil aturar tantos erros de
informação e as bobagens explícitas. Os jogos de Gustavo
Kuerten em Stuttgart, nas
emissoras de assinatura e na
TV aberta, foram um suplício.
Comentaristas inventando teorias técnicas estapafúrdias como "Guga não deve deixar o
adversário bater na corrida,
tem que fazer ele bater parado" e locutores afirmando que
Miroslav Mecir foi finalista de
Wimbledon são uma praga.
E mais bobagens
Ainda sobre a incipiente imprensa de tênis no Brasil. Gente, o esporte é, reconhecidamente, de difícil compreensão
para o leigo. Se já é complicado
fazer as pessoas tomarem contato com o tênis, só fica pior
inventar termos como "contradireita" (o que é isso?) ou
"semimatch point" (bobagem usada no domingo para
definir o placar de 30-15 para
Kuerten no game decisivo do
jogo). Vamos simplificar.
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