São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DOPING
Aprovação de teste por COI representa 400 exames a mais em Sydney
Antidoping duplo aumenta rigor

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) intensificou o combate ao doping ao aprovar ontem, em Lausanne, na Suíça, o teste duplo, que mescla exames de urina e de sangue, com o obejtivo de coibir e detectar a presença do hormônio EPO (eritropoietina) sintético.
O exame já havia sido aprovado pelo Painel Médico do COI e pela comissão jurídica da entidade.
O teste de urina foi desenvolvido na França. O de sangue, por um laboratório australiano.
Segundo Alexandre de Merode, chefe da Comissão Médica do COI, o método a ser utilizado em Sydney consumiu mais de dez anos de pesquisas.
Graças à aprovação do teste, o número de exames antidoping aplicados durante os Jogos de Sydney aumentará de 2.800 para 3.200, de acordo com as autoridades do COI.
O EPO sintético melhora a oxigenação no organismo e aumenta a força e a resistência dos atletas. Segundo especialistas, seu uso pode melhorar em até 15% o rendimento de um atleta. O uso da eritropoietina é extremamente difundido entre ciclistas (leia texto abaixo) e competidores de provas de resistência.
A aprovação do teste coloca fim a uma discussão que se arrasta desde o ano passado. Da parte de atletas, contrários à medida, o principal argumento era de que o teste seria invasivo -temia-se que muitos evocassem motivos religiosos para não o realizarem.
De acordo com o diretor médico do COI, Patrick Schamash, o exame de sangue é considerado o principal para detectar a substância. Em caso positivo, o de urina servirá como contraprova.
O próximo passo da Comissão Médica do COI será definir os esportes e as nacionalidades dos atletas que serão submetidas aos testes. A seleção dos atletas será feita por meio de sorteio.
A responsabilidade pela realização dos testes será dividida pelo COI e pela AAA (Agência Australiana Antidoping).
""Fechamos um acordo (com a AAA) que colocará à nossa disposição o número necessário de médicos para realizar todos os exames, mesmo com a adição destes exames duplos", explicou Jacques Rogge, vice-presidente do COI.
O exames começam a ser feitos a partir do próximo sábado, quando a Vila Olímpica será aberta aos atletas.
Segundo Merode, os próximos trabalhos buscarão detectar o uso de hormônios de crescimento.


Texto Anterior: Escolha é feita por novo processo
Próximo Texto: Ciclistas deflagraram o uso do hormônio EPO
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.