São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2000


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TÊNIS
Contra australiano, na estréia do Aberto dos EUA, brasileiro pode perder 100ª partida em pouco mais de quatro anos
Kuerten tenta evitar recorde negativo

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na temporada em que está batendo todos os seus recordes pessoais, o brasileiro Gustavo Kuerten pode registrar no Aberto dos EUA uma marca que não será motivo de orgulho.
Contra o australiano Wayne Arthurs, hoje, por volta das 14h, na sua estréia na competição, o brasileiro pode atingir sua 100ª derrota no circuito principal da ATP, que não engloba os challengers.
Caso saia derrotado do confronto contra Arthurs ou nas partidas seguintes do Aberto dos EUA, Kuerten irá ter acumulado sua 100ª derrota quatro anos e quatro meses depois da sua estréia na elite do tênis.
Assim, terá atingido a marca em um tempo curto para um jogador da sua categoria.
Entre os cabeças-de-chave do Aberto dos EUA que já atingiram a marca de 100 derrotas, por exemplo, só o espanhol Alex Corretja, que também levou quatro anos e quatro meses para atingir o "feito", tem performance similar.
Jogadores como o norte-americano Andre Agassi, que pode ter sua liderança no ranking de entradas da ATP "roubada" por Kuerten no Aberto dos EUA, só perderam 100 partidas depois de sete anos de carreira.
Além de menos tempo, Kuerten também pode atingir a centésima derrota em menos jogos disputados no circuito do tênis mundial.
Até hoje, o brasileiro, líder da Corrida dos Campeões, disputou 283 partidas desde que estreou nas principais competições da ATP, em abril de 1996.
O norte-americano Pete Sampras, por exemplo, só atingiu a 100ª derrota depois de quase 400 partidas realizadas.
Tenistas com um currículo próximo do obtido por Kuerten também alcançaram o "feito" em um maior número de partidas.
O russo Ievguêni Kafelnikov, por exemplo, só atingiu a 100ª derrota depois de 333 jogos disputados no circuito da ATP.
Para Kuerten, a marca só não já aconteceu devido ao seu ótimo retrospecto na temporada, em que já acumula quatro títulos, inclusive o de Roland Garros.
Em 2000, aconteceram apenas 14% de todas as derrotas do brasileiro. Por outro lado, 25% de todas as vitórias da carreira aconteceram na atual temporada, em que Kuerten conquistou, pela primeira vez, um torneio em quadra rápida, em Indianápolis.
Para evitar a 100ª derrota no Aberto dos EUA, Kuerten pode ter um verdadeiro exército de australianos pela frente.
Dos sete jogadores do país que vai hospedar a Olimpíada no mês que vem inscritos no torneio norte-americano, cinco estão na chave de Kuerten.
Dessa forma, é possível que o brasileiro chegue às quartas-de-final em Flushing Meadows, o complexo que abriga o Aberto dos EUA, enfrentando apenas tenistas da Austrália.
Nas oitavas-de-final, poderá ter o seu maior obstáculo, já que tem chances de cruzar com Patrick Rafter, que já conquistou o Aberto dos EUA duas vezes. Outro australiano que pode aparecer no caminho de Kuerten antes das quartas é Mark Philippoussis.
No Aberto dos EUA, o brasileiro vai usar um novo uniforme, nas cores amarelo e branco, com detalhes em vermelho e cinza.
Além de Kuerten, os outros dois brasileiros inscritos no torneio de simples do Aberto dos EUA também estréiam hoje.
Fernando Meligeni tem a parada mais difícil, já que irá enfrentar o espanhol Juan Carlos Ferrero, 12º cabeça-de-chave. Já André Sá faz o seu primeiro jogo contra o suíço Michel Kratochvil.
NA TV - Gustavo Kuerten x Wayne Arthurs, Sportv, ao vivo, às 14h

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