São Paulo, quinta-feira, 29 de agosto de 2002

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Torneio masculino tem recorde de dez times com atletas da liga americana

Indianápolis celebra hoje Mundial da NBA

Danielle Rocha/Lancepress
O técnico Hélio Rubens, que fez o último corte na seleção brasileira ontem, comanda treino para o jogo de estréia contra o Líbano


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Indianápolis joga a bola ao alto hoje para o Mundial mais NBA de sua história. Oito partidas -entre elas Brasil x Líbano- abrem hoje a competição nos EUA.
Desde que os jogadores da NBA começaram a participar do torneio, nunca tantas seleções terão pelo menos um atleta da liga, que conta com audiência global em mais de 200 países, defendendo suas seleções de origem.
No Mundial de 1994, disputado em Toronto, no Canadá, o primeiro com participação do Dream Team dos EUA, três equipes tinham jogadores da NBA.
Na Grécia-98, só um time tinha um atleta da liga americana no elenco: a Austrália, do ala Chris Anstey, do Dallas Mavericks.
Um locaute (greve de patrões) inviabilizou a participação dos jogadores da NBA no Mundial. Os EUA levaram uma equipe com atletas que atuavam no exterior ou no basquete universitário.
Neste Mundial, dez times contam com jogadores da NBA em seus elencos. Desde favoritos ao pódio (EUA, Iugoslávia e Rússia), passando por forças emergentes (Turquia, China, Alemanha, Espanha e Argentina), até meros coadjuvantes (Venezuela e Nova Zelândia), a maior parte das equipes tem atletas da liga no elenco.
Ao todo, 27 jogadores da NBA estarão em ação a partir de hoje.

Ausências
Os números poderiam ser ainda maiores. O Brasil teria seu representante. O ala-pivô Nenê, do Denver Nuggets, sétima escolha do último draft da liga, teve uma distensão na virilha e não poderá jogar em Indianápolis.
A Alemanha perdeu o pivô Shawn Bradley, do Dallas Mavericks. Sem condições de arcar com o seguro exigido pelo clube texano, a federação alemã optou por pagar apenas a apólice do ala Dirk Nowitzki, também do Dal-las, avaliada em US$ 200 mil.
Nowitzki, 24, um dos melhores estrangeiros da liga, é a principal arma alemã no Mundial.
A China cortou o pivô Wang Zhizhi, do Dallas. Segundo a imprensa local, a razão do corte foi o fato de Zhizhi ter atrasado sua apresentação à seleção, em maio.
Para o Mundial, o time chinês terá dois jogadores de NBA, os pivôs Mengke Bateer, do Denver Nuggets, e Yao Ming, do Houston Rockets, primeira escolha do draft-2002. Um gigante de 2,28 m, Ming é o grande nome da China para fazer sua melhor participação em Mundiais. Em 1986, o time ficou em nono. Agora, quer chegar às quartas-de-final.
Apesar de abrigar um time da NBA, o Toronto Raptors, o Canadá não terá nenhum atleta da liga no Mundial. O armador Steve Nash, do Dallas, pediu dispensa alegando não estar preparado para jogar a competição.
Já os pivôs Todd MacCulloch, do Philadelphia 76ers, e Jamaal Magloire, do New Orleans Hornets, estão machucados.
Para compensar as ausências, Indianápolis verá jovens jogadores com a missão de conduzir seleções de ponta ou emergentes a uma boa colocação no Mundial.
A Argentina, que venceu o Brasil na final do Sul-Americano e da Copa América de 2001, aposta no ala-armador Emanuel Ginóbili.
Após boa temporada na Europa, onde foi vice-campeão da última Euroliga defendendo o Kinder Bologna (Itália), Ginóbili, 25, se transferiu para o San Antonio Spurs e irá estrear na NBA na próxima temporada. "O Mundial será uma competição muito difícil. Mas nosso time tem potencial para chegar entre os seis primeiros", disse o atleta à Folha, por telefone.
O ala Andrei Kirilenko, 21, do Utah Jazz, terá a missão de liderar a Rússia, atual vice-campeã mundial. Mais jovem titular do time, Kirilenko é o único representante da seleção russa na NBA.
A Espanha deposita suas esperanças no ala-pivô Pau Gasol, 22, do Memphis Grizzlies, que foi eleito o melhor novato do último campeonato da NBA.
Fazendo parte do Grupo A, ao lado de Iugoslávia, Angola e Canadá, a Espanha de Gasol deve, provavelmente, enfrentar a seleção brasileira na segunda fase.
Mesmo vindo de uma boa participação em 98 -sua seleção acabou em quinto lugar-, Gasol sabe que a missão espanhola será espinhosa. "Temos uma boa equipe, mas o nível do Mundial está muito alto. Não será fácil conseguir uma boa colocação."


NA TV - Brasil x Líbano, na ESPN Brasil, ao vivo, às 13h



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