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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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GINÁSTICA

Confederação, que pede mais recursos ao COB, faz malabarismo para explicar viagem à Disney após o Mundial

Sem dinheiro, CBG paga para ver o Mickey

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dinheiro pode estar em falta, mas não para ir à Disney. A Confederação Brasileira de Ginástica, que não pára de se queixar de falta de recursos, decidiu bancar a viagem de atletas, treinadores e dirigentes para o parque temático, onde a equipe passa cinco dias.
Após o país realizar sua melhor participação em Mundiais nos EUA e assistir à conquista do histórico ouro de Daiane dos Santos, a CBG resolveu dar a viagem como prêmio aos ginastas, que no Pan ganharam dez medalhas, cinco de prata e cinco de bronze.
Segundo a entidade, foram gastos de US$ 15 mil a US$ 20 mil na operação -ela diz que 20 das 29 pessoas que integravam a equipe brasileira em Anaheim fizeram a viagem para Orlando.
A equipe -ginastas, treinadores e dirigentes- foi à Flórida na segunda-feira e fica lá até a noite de hoje, quando retorna ao Brasil.
"É dinheiro da CBG e ela investe como achar melhor", disse Márcia Rodrigues, assessora da confederação, ao ser indagada na terça se havia recursos públicos, advindos da Lei Piva, na operação.
A CBG explicou, inicialmente, que recebe "um bolo de dinheiro", seja das loterias, de patrocínio da Coca-Cola, premiações, convênios ou outros repasses do Comitê Olímpico Brasileiro.
Seria difícil, portanto, dizer se os gastos com a viagem foram de uma fonte ou outra. "O que interessa é que são recursos da CBG."
Na quarta, a explicação mudou. A entidade disse que os recursos são do COB, que tem um fundo de reservas da Lei Piva e teria lhe auxiliado com R$ 150 mil para a viagem aos EUA.
Mas ontem disse que os recursos do COB só foram usados em Anaheim, onde ocorreu a competição, e que uma explicação só será fornecida amanhã, quando Vicélia Florenzano, presidente da CBG, dará entrevista coletiva.
Na oportunidade, a dirigente irá pedir mais recursos para a ginástica. Quer que o COB passe a lhe dar 4% e não apenas 3% -R$ 900 mil em 2002- dos recursos das loterias, além de ajudá-la no sistema de aquecimento do centro de treinamento de Curitiba -R$ 300 mil- e a comprar dois novos aparelhos -R$ 600 mil no total.


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