Lateral Puerta, 22, que estava internado desde sábado, teve parada cardíaca em partida do Espanhol

DA REPORTAGEM LOCAL

O lateral Antonio Puerta, 22, do Sevilla, morreu ontem no Hospital Virgen del Rocío, onde estava internado desde sábado. Ele se sentiu mal no jogo com o Getafe, pelo Espanhol.
Aos 30min do primeiro tempo, Puerta caiu no gramado e foi socorrido pelo zagueiro Dragutinovic, seu colega de time, que segurou sua língua para evitar que se asfixiasse.
Recuperado, deixou o campo de pé, lamentando ter que ser sair do jogo tão cedo. Por ironia do destino, o português Duda, seu substituto, converteu-se no destaque do jogo, ao marcar três gols na vitória por 4 a 1.
No vestiário, Puerta voltou a passar mal e foi hospitalizado. Pouco depois, foi divulgado que ele havia sofrido parada cardíaca -era mantido sedado e respirava com ajuda de aparelhos.
À noite, sofreu mais seis paradas cardíacas. Na segunda, teve "parada cardíaca prolongada" que lhe causou "danos cerebrais". O primeiro boletim de ontem já dizia que o quadro era "muito crítico". Às 14h30 foi divulgada a morte.
Ao saber do fato, José María del Nido, presidente do Sevilla, pediu à Uefa que adiasse o jogo com o AEK Atenas, pela Copa dos Campeões. Outros clubes da Espanha também se mostraram compadecidos. O Real Madrid suspendeu o jogo contra o Sporting, em que seria disputado o Troféu Santiago Bernabéu.
Já o Barcelona cancelou as festas marcadas para antes do jogo com a Inter de Milão, no qual será disputado o Troféu Joan Gamper. O time também disse que doará 10% da arrecadação da partida a pesquisas sobre doenças cardiovasculares.
A morte de Puerta se soma a outros casos do futebol nos últimos anos, como o do camaronês Marc-Vivien Foe, em 2003, e do húngaro Miklos Feher, no ano seguinte. No Brasil, a tragédia de maior repercussão foi a morte de Serginho, em 2004.