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PARAOLIMPÍADA
Fabiana Sugimori ganhou a medalha nos 50 m livre na categoria S11, que reúne os cegos totais
Brasileira conquista ouro histórico na natação para cegos
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY
A brasileira Fabiana Sugimori,
19, conseguiu ontem quebrar um
tabu nos Jogos Paraolímpicos de
Sydney, que terminam hoje.
A atleta foi a primeira nadadora
cega do país a conquistar uma
medalha em Paraolimpíadas.
Fabiana conquistou a medalha
de ouro nos 50 m livre na categoria S11 (cegos totais).
Além disso, a natação conquistou mais três medalhas ontem:
prata com Mauro Brasil nos 50 m
livre na categoria S9, bronze com
Danilo Glesser na mesma prova,
mas na categoria S10, e prata com
o revezamento 4 x 50 m medley.
No atletismo, o Brasil também
conquistou a prata com André de
Andrade, nos 200 m rasos na categoria T13 (cegos parciais).
O Brasil ganhou 11 medalhas na
natação (uma de ouro, seis de
prata e quatro de bronze).
Nos Jogos Paraolímpicos de
Atlanta-96, os nadadores brasileiros conquistaram nove medalhas
(uma de ouro, duas de prata e seis
de bronze).
Fabiana, que fez o melhor tempo nas eliminatórias, liderou a
prova desde o início e marcou
33s51. Seu tempo nas eliminatórias havia sido 34s43.
Logo após a prova, o técnico de
Fabiana, Luiz Marcelo Ribeiro da
Luz, que fica com uma vara para
tocar a atleta quando ela se aproxima da borda, ergueu os braços e
comemorou.
Só quando saiu d'água e foi
abraçada pelo técnico percebeu
que havia conquistado o ouro.
"Depois que a prova acabou,
pensei "acho que peguei medalha",
mas não achava que seria de ouro", afirmou Fabiana, que começou a treinar em 1993.
Antes de Fabiana nadar, a primeira medalha veio com Mauro
Brasil. O nadador, que tem amputação congênita da mão direita,
havia batido o recorde mundial
na eliminatória, com 27s06.
Na final, porém, o chinês Xiaoming Xiong, que já havia sido ouro nos 100 m livre, melhorou seu
tempo e marcou 26s36. Brasil terminou a prova com 27s17.
Nos 100 m livre, Brasil também
havia se classificado com o melhor tempo, mas ficou em sexto.
Antes de Brasil receber sua medalha, Danilo Glasser, 23, disputou
os 50 m livre na categoria S10.
O brasileiro saiu bem e até os 25
metros disputou a ponta. Conquistou a medalha de bronze com
25s89. O ouro foi para o canadense Benoit Huot (25s37), e o sul-africano Hannes Venter (25s51)
chegou na segunda colocação.
A última medalha do dia veio
com o revezamento 4 x 50 m medley para nadadores cujas classificações somem 20 pontos.
Na natação, a classificação de
um atleta varia de 1 a 10. Quanto
menor o número de classificação,
mais prejudicado é o nadador.
A equipe brasileira, que havia
batido o recorde mundial na eliminatória, melhorou o tempo na
final, mas não foi o suficiente para
superar a Espanha.
Quem abriu a prova para o Brasil foi Francisco Avelino, que terminou sua parte na segunda colocação, atrás da equipe da China.
Adriano Gomes, no peito, assumiu a liderança, que foi mantida
por Luis Silva, no borboleta.
O nadador de crawl do Brasil foi
Clodoaldo Silva, que liderou até
os 25 metros finais, mas não conseguiu conter o avanço do espanhol Sebastian Rodriguez. A equipe completou a prova com
2min41s40 contra 2min39s94 dos
espanhóis.
O Brasil terminou a competição
com 21 medalhas (seis de ouro,
dez de prata e cinco de bronze).
O jornalista Fernando Itokazu viajou a
convite do Comitê Paraolímpico Brasileiro
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