São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Atleta quer divulgar esporte a deficientes

DO ENVIADO A SYDNEY

Uma das maiores preocupações de Fabiana para conquistar a medalha de ouro era nadar reto e não bater na raia.
Na Paraolimpíada de Atlanta-96, a nadadora chegou a estar na terceira colocação nos 50 m livre, mas se enroscou na raia e terminou na sexta colocação.
"O bom é que aqui a raia é grande", afirmou a atleta.
Fabiana contou que nasceu prematura e ficou na incubadora, onde teria queimado a retina.
Ela disse que enxerga vultos com o olho esquerdo. "Dizem que tenho 1% da visão."
A campeã paraolímpica começou a aprender a nadar aos 3 anos e passou a treinar em 1990.
Fabiana é irmã de Flávia Sugimori, 21, nadadora especialista no nado peito, que já representou o Brasil em torneios internacionais e que defende o Flamengo.
A nadadora disse esperar que sua conquista sirva para divulgar o esporte para os portadores de deficiência, especialmente no caso dos cegos.
"Dos 64 atletas da delegação brasileira aqui em Sydney, apenas 10 são competidores com deficiência visual", declarou a nadadora, que está no segundo ano do curso de relações públicas.
Outro atleta deficiente visual que conquistou medalha ontem foi o velocista André Luiz Andrade, que foi prata nos 200 m rasos.
Em sua primeira Paraolimpíada, Andrade já havia ganho a prata nos 100 m rasos com apenas três centésimos de desvantagem para o campeão da prova, o sul-africano Nathan Meyer.
Ontem, novamente o campeão da prova foi o sul-africano.
Meyer já surgiu na reta final desgarrado dos demais competidores, para os quais a disputa se resumia à prata.
Andrade teve uma boa aceleração, chegou perto de Meyer e garantiu a prata, com 22s75.
"Foi essa aceleração que faltou para ganhar o ouro nos 100 m rasos", afirmou Andrade.
O velocista voltou a afirmar que agora precisa fazer um trabalho muscular. "Ainda não tenho biotipo de velocista." (FI)


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