São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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Mexicano é campeão de "longevidade"

DO ENVIADO AO MÉXICO

Nem João Havelange nem Rubén Acosta nem Juan Antonio Samaranch. É do mexicano Jose Sulaiman, à frente do CMB (Conselho Mundial de Boxe) há 25 anos e reeleito para um mandato de mais quatro, o mérito de ser o dirigente latino que permanece há mais tempo no comando de um mesmo organismo esportivo internacional.
"Meu segredo é o fato de ser amigo de todos. Não sei explicar como consigo isso, é melhor perguntar para as pessoas", explica Sulaiman, cujo primeiro mandato no CMB teve início em 1975.
"Agora sinto-me seguro para guiar o CMB rumo ao século 21", disse o mexicano, reeleito por unanimidade.
Tanto a figura pública quanto o pai de família pagam um preço pela permanência no cargo do dirigente, que nos últimos anos vem enfrentando problemas nos joelhos e também na espinha.
"Sentíamos a falta dele enquanto crescíamos, mas ele nos ligava todos os dias", conta Claudia, uma das duas filhas de Sulaiman. "Antigamente, ele costumava passar três quartos do ano viajando. Há dois anos, porém, ele tem ficado conosco um semestre."
Um de seus piores detratores é a imprensa, especialmente a norte-americana, que critica desde a confecção de seus rankings, que serviriam aos interesses de promotores de lutas, até seu relacionamento com o polêmico empresário norte-americano Don King. "Isso nada mais é do que discriminação racial. Há pessoas que odeiam quem tem êxito. Se no caso for um estrangeiro como eu, é pior", disse o dirigente.
"Há um grupo de pessoas tentando nos humilhar e acabar com nossa autonomia, mas não vou permitir que isso aconteça", disse, provavelmente em alusão a um grupo de advogados norte-americanos que estaria pedindo uma monitoração no CMB.
Entre as contribuições da entidade ao boxe, Sulaiman destaca a adoção de quatro cordas nos ringues (para impedir que os lutadores se machuquem na queda), as luvas sem polegares (que podiam ser usadas para machucar os olhos dos adversários), a redução do limite de assaltos de 15 para 12 e o seguro de vida dos lutadores que disputam títulos. (EO)


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