DO ENVIADO À CORÉIA DO SUL

Os problemas de Pelé e da empresa Pelé Sports & Marketing Inc., que recebeu US$ 700 mil para organizar um evento beneficente para o Unicef argentino que jamais aconteceu, preocupam a entidade.
Na avaliação do Fundo das Nações Unidas para a Infância, há o risco de o ex-jogador, uma das estrelas esperadas para a cerimônia de sábado, em Busan, ser bombardeado por perguntas indelicadas sobre o assunto.
Pelé participa na cidade sul-coreana do sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2002.
Samuel Koo, diretor do escritório do Unicef no Japão, acha que, se isto acontecer, ""será uma pena". ""O momento é de divulgar a campanha [Diga Sim pelas Crianças", ver a mensagem que ele [Pelé" tem para passar e não estragar um dia de festa e muita alegria", afirmou, referindo-se à ação conjunta entre Fifa e Unicef, que decidiram fazer da Copa a primeira dedicada a uma causa humanitária -no caso, às crianças.
Corinne Woods, do departamento de comunicação do escritório do Unicef em Nova York, também se mostrava intranquila. Depois de perguntar a alguns jornalistas se eles achavam que Pelé tinha culpa no episódio, fez questão de dizer que, independentemente do que tenha acontecido, o fundo da ONU não perdeu um centavo na confusão.
""Eu me lembro que em 1995 iam fazer o evento, mas depois não houve e só agora soubemos da história dos US$ 700 mil. Mas não era dinheiro do Unicef."
Em seguida, no entanto, reconheceu que, mesmo não sendo verba tirada do fundo, ""não é certo usar o nome do Unicef, uma causa nobre, para alguém ganhar dinheiro".
Pelé tem dito que não se beneficiou de nenhum centavo do dinheiro pago à PS&M Inc. para organizar o evento. Seu sócio na PS&M Ltda., Hélio Viana, também nega que tenha desviado os recursos para contas pessoais.
Em evento do Unicef em Nova York logo após a revelação do caso, pela Folha, a assessoria do fundo ficou irritada com as perguntas feita a Pelé sobre o dinheiro. Na oportunidade, só foi autorizada a formulação de uma questão sobre o assunto. (JCA)

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