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FUTEBOL
Reta final estampa a derrocada dos times que fundaram o Clube dos 13
Na hora H, "emergentes" colocam "grandes" na roda
DA REPORTAGEM LOCAL
A três rodadas de seu final, o
Brasileiro-2004 expõe a fragilidade de equipes tradicionais, sacramento a ascensão dos "emergentes" e ratifica a existência de uma
nova ordem no futebol nacional.
Na ponta de cima, o líder Atlético-PR, tratado como clube de segundo escalão no esporte brasileiro no século passado, está próximo de ganhar seu segundo título
nacional em quatro anos.
Outro "emergente" que se impõe como força nacional é o São
Caetano, que pode conquistar pela quarta vez em cinco temporadas uma vaga na Libertadores.
Dos cinco times brasileiros com
lugar na mais importante competição sul-americana se o Nacional
tivesse terminado ontem, apenas
dois são fundadores do Clube dos
13, a entidade que reúne as 20
maiores equipes do país.
Além de Atlético-PR e São Caetano, o Brasileiro classificaria
também Santos e São Paulo. O
Santo André, que disputa a Série
B, também representará o país
por ter vencido a Copa do Brasil
sobre o poderoso Flamengo.
No cenário atual, os "emergentes" têm mais times entre os top
10 que os "grandes": são 6 contra
4. Dos 6 clubes que têm vaga na
Sul-Americana por critério técnico, 4 não estavam entre os fundadores do Clube dos 13, em 1987.
A rodada de ontem também foi
emblemática. Campeão mundial
e bicampeão brasileiro, o Grêmio
está matematicamente na Série B.
Pelo terceiro ano consecutivo o
Clube dos 13 vê um de seus fundadores ser rebaixado em campo.
No quadro atual, três dos quatro
degolados seriam ex-campeões
brasileiros (Grêmio, Guarani e
Atlético-MG). Flamengo e Botafogo venceram nesta rodada, mas
seguem ameaçados.
Não é apenas dentro de campo
que os "emergentes" mostram
sua força. O Atlético-PR, que tem
o estádio mais moderno do país,
quer uma cadeira de vice no C13
para seu presidente, Mario Celso
Petraglia -o clube já detém o
cargo de diretor-executivo, nas
mãos de Mauro Holzman.
No STJD, onde os "grandes"
costumavam levar vantagem em
um passado recente, a situação
também parece ter mudado.
O mesmo tribunal que salvara
no tapetão Grêmio, Fluminense,
Botafogo e Bahia em edições anteriores, foi mais severo com os
"grandes" neste ano.
Times como Santos, Atlético-MG e Grêmio perderam o mando
de seus jogos na reta final. Já Atlético-PR e Figueirense, denunciados em artigos que poderiam interditar seus estádios, tiveram punições mais brandas.
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