São Paulo, segunda-feira, 29 de novembro de 2004

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FUTEBOL

Reta final estampa a derrocada dos times que fundaram o Clube dos 13

Na hora H, "emergentes" colocam "grandes" na roda

DA REPORTAGEM LOCAL

A três rodadas de seu final, o Brasileiro-2004 expõe a fragilidade de equipes tradicionais, sacramento a ascensão dos "emergentes" e ratifica a existência de uma nova ordem no futebol nacional.
Na ponta de cima, o líder Atlético-PR, tratado como clube de segundo escalão no esporte brasileiro no século passado, está próximo de ganhar seu segundo título nacional em quatro anos.
Outro "emergente" que se impõe como força nacional é o São Caetano, que pode conquistar pela quarta vez em cinco temporadas uma vaga na Libertadores.
Dos cinco times brasileiros com lugar na mais importante competição sul-americana se o Nacional tivesse terminado ontem, apenas dois são fundadores do Clube dos 13, a entidade que reúne as 20 maiores equipes do país.
Além de Atlético-PR e São Caetano, o Brasileiro classificaria também Santos e São Paulo. O Santo André, que disputa a Série B, também representará o país por ter vencido a Copa do Brasil sobre o poderoso Flamengo.
No cenário atual, os "emergentes" têm mais times entre os top 10 que os "grandes": são 6 contra 4. Dos 6 clubes que têm vaga na Sul-Americana por critério técnico, 4 não estavam entre os fundadores do Clube dos 13, em 1987.
A rodada de ontem também foi emblemática. Campeão mundial e bicampeão brasileiro, o Grêmio está matematicamente na Série B. Pelo terceiro ano consecutivo o Clube dos 13 vê um de seus fundadores ser rebaixado em campo.
No quadro atual, três dos quatro degolados seriam ex-campeões brasileiros (Grêmio, Guarani e Atlético-MG). Flamengo e Botafogo venceram nesta rodada, mas seguem ameaçados.
Não é apenas dentro de campo que os "emergentes" mostram sua força. O Atlético-PR, que tem o estádio mais moderno do país, quer uma cadeira de vice no C13 para seu presidente, Mario Celso Petraglia -o clube já detém o cargo de diretor-executivo, nas mãos de Mauro Holzman.
No STJD, onde os "grandes" costumavam levar vantagem em um passado recente, a situação também parece ter mudado.
O mesmo tribunal que salvara no tapetão Grêmio, Fluminense, Botafogo e Bahia em edições anteriores, foi mais severo com os "grandes" neste ano.
Times como Santos, Atlético-MG e Grêmio perderam o mando de seus jogos na reta final. Já Atlético-PR e Figueirense, denunciados em artigos que poderiam interditar seus estádios, tiveram punições mais brandas.

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