Para cúpula do clube, conquista do hepta brasileiro não impedirá reformulação

Diretoria, que contratou seis reforços no começo do ano, reclama que folha salarial aumentou, mas resultados foram aquém do esperado

Nelson Antoine/Fotoarena/Folhapress

André Dias, que volta ao time hoje, treina no CT do São Paulo

CAROLINA ARAÚJO
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Independentemente da conquista do Brasileiro, a diretoria do São Paulo entende que o atual elenco não atendeu às expectativas para a temporada.
Mais do que isso: cartolas veem como fracos tecnicamente alguns dos jogadores que compõem o atual grupo.
Haverá uma reunião entre dirigentes e comissão técnica, após o fim do Nacional, para decidir os rumos para 2010 -Ricardo Gomes, em alta, dará opiniões. Mas o eventual título nacional não terá tanto peso na avaliação, que definirá renovações, dispensas e reforços.
Do elenco atual, seis atletas têm contrato só até o final deste ano: Bosco, Rodrigo, Hugo, Marlos, Washington e Borges. Até agora, o clube só manifestou interesse em renovar o vínculo do goleiro reserva.
Já Hugo e Borges têm suas saídas dadas como certas -provavelmente para o Grêmio. A diretoria avalia que há atletas, com altos salários e o título de campeão brasileiro, que estão acomodados e que não possuem outras metas a atingir no cenário nacional. Para os dirigentes, é preciso fazer uma rotatividade no clube, como nas últimas temporadas.
Já Washington é visto por dirigentes do time como o símbolo da falta de técnica de alguns atletas do elenco. As constantes dominadas de bola com a canela incomodam. Há um grupo de jogadores considerados esforçados, mas que não evoluem por falta de técnica.
Cartolas citam jogadores de clubes rivais, como Maldonado, Petkovic e Adriano, do Flamengo, como exemplos de talentos que o São Paulo não tem.
Na opinião da cúpula do São Paulo, a atual liderança no Brasileiro é explicada porque o time é mais homogêneo que os rivais. Atletas como Hernanes e Jorge Wagner são vistos como jogadores que podem decidir em favor do time do Morumbi.
Mas, no geral, dirigentes veem o time atual como inferior ao do ano passado. Lembram que, no Brasileiro, a equipe pode chegar a, no máximo, 68 pontos, o que representaria um aproveitamento de 59,7% -o que garantiria o título. Em 2008, o time somou 75 pontos.
Por isso, a liderança é atribuída às falhas dos rivais, principalmente do Palmeiras. A expectativa antes do campeonato era de que o campeão acumulasse entre 72 e 75 pontos.
Já a campanha na Libertadores, que era prioridade do clube no ano, é classificada pelos cartolas com palavras como "horrível" e "vergonha".
O ex-técnico Muricy Ramalho caiu, mas, já naquela época, ficou constatado que o elenco tinha problemas, como casos de indisciplina. Posteriormente a diretoria também notou as deficiências técnicas na equipe.
Essas questões foram amenizadas com Ricardo Gomes, mas serão lembradas durante a definição do time para 2010.
Contudo, o que causa mais contrariedade na cúpula do clube é que, neste ano, o São Paulo teve que aumentar a sua folha salarial em relação a 2008. Contratações como Wa- shington, Arouca e Júnior César inflaram os gastos mensais.
A intenção é que não haja incremento nos custos do futebol para 2010. Há um consenso de que o mercado está inflacionado, mas que o São Paulo tem que manter política de custos limitados ao seu orçamento.

NA TV - Goiás x São Paulo Globo, Band (para SP) e Sportv (menos GO), ao vivo, às 17h


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